A ata da 193ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 1º e 2 de setembro, trouxe reduções nas previsões de alta nos preços de produtos e serviços.
A estimativa para a alta da gasolina em 2015 foi reduzida, passando dos 9,2% projetados em julho para 8,9%. O aumento no preço da energia elétrica também diminuiu, indo de 50,9% para 49,2%. A queda prevista para o preço da tarifa de telefonia fixa passou de 3% para 3,5%.
O botijão de gás, por outro lado, deve ficar mais caro. Em 31 de agosto a Petrobras anunciou que o preço do gás usado em botijões de uso residencial de até 13 kg foi reajustado em uma média de 15%. A projeção anterior para o produto era de 4,6%.
Em comparação com valores monitorados e preços administrados por contrato entre o mês de julho e os usados na última reunião, a variação do conjunto subiu de 14,8% para 15,2%.
José Rita Moreira, economista e sócio-diretor de Gestão, Finanças e TI da BLB Brasil Auditores e Consultores, afirma que apesar da momentânea interrupção na escalada de alta da inflação, muitos são os fatores que determinam sua oscilação, como a alta do dólar, dos impostos, da energia e do crédito, mas, fundamentalmente, o grau de confiança nos poderes constituídos. “Este fator pode levar comerciantes a introduzirem um grau de risco nos preços, tentando uma proteção, que fatalmente causará um efeito prático na ponta, ou seja, nos preços cobrados ao consumidor”, ressalta Moreira.
Na semana passada, o Governo Federal anunciou uma série de medidas de contenção de gastos, como a redução de ministérios e de cargos de confiança, de forma a sinalizar austeridade, apostando que tais medidas venham a melhorar os índices de confiança junto à sociedade. Moreira analisa que “essa medida pode resultar na retirada das taxas de riscos dos preços finais de produtos e serviços e, com isso, acalmar os índices inflacionários”.