Sua empresa está preparada para as constantes alterações das normas internacionais de contabilidade? As mudanças nas IFRS requerem atenção por parte das companhias abertas e fechadas, uma vez que devem ocorrer de forma constante nos próximos anos.
Em janeiro de 2018, entram em vigor a IFRS 9 completa e a IFRS 15. A primeira diz respeito às novas regras de contabilização, fiscalização e apresentação dos Instrumentos Financeiros. Já a IFRS 15 é relativa ao reconhecimento de receitas com os clientes.
Para 2019 está prevista a IFRS 16, que trata do arrendamento. As mudanças não param por aí. A IFRS 17, sobre contratos de seguros, tem sua vigência programada para 2021.
As contabilidades das empresas devem estar preparadas para essas mudanças e adequações nas IFRS. Entre as alterações aguardadas no decorrer dos próximos anos estão três pilares de trabalho:
– Comparabilidade das demonstrações financeiras:
Uma das alterações refere-se aos fundamentos para o Ebit – Lucro antes dos Juros e Tributos, e Ebitda – Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, que necessitam de padronização.
De acordo com a conselheira da Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (FACPC), Doris Wilhelm, atualmente podem ocorrer diferenças nos processos de Ebits. “Tivemos uma situação de três Ebits diferentes com critérios distintos em uma mesma demonstração financeira”, declarou.
Isso pode ocorrer porque no Brasil, a Instrução n° 527 da CVM já constitui parâmetros para o cálculo do Ebitda e do Ebit, mas que as empresas podem relatar um indicador de critério próprio, e ainda alguma outra forma de cálculo que atenda internacionalmente às agências de rating (classificação de risco de crédito) e detentores de dívida (bonds).
– Revisão de Disclosure Iniciative:
É referente ao processo de divulgação de informações financeiras de forma transparente. O documento deve ser melhor formulado. As reclamações dos investidores apresentadas são desde o excesso de informações à falta de conteúdo.
– Taxonomia:
Nesse caso, as companhias brasileiras negociadas em Nova York terão que prestar contas à Comissão de Valores dos Estados Unidos até setembro de 2018 de forma eletrônica. No Brasil, as informações são prestadas à Comissão de Valores Mobiliários no formato PDF. Essa alteração também deve ser implantada na Europa até 2021.
Assunto discutido em Seminário
As alterações e adequações das IFRS foram discutidas no 14º Seminário Internacional do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, realizado em São Paulo. Amaro Gomes, membro do IASB, comentou sobre as primeiras modificações que devem ser feitas para 2018. “No primeiro pilar temos que viabilizar a comparabilidade dos balanços em todo o mundo; e aperfeiçoar conceitos de performance como o Ebit e o Ebitda”, confirmou Gomes.
O coordenador do seminário, Haroldo Levy, acredita que praticamente todas as empresas listadas na B3 já estão atentas e preparadas para as alterações mais imediatas, previstas para o ano que vem, embora existam companhias que ainda não estão nessa situação. “As empresas precisam se preparar melhor, estamos discutindo isso há 3 anos”, concluiu Levy.
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