Princípios de estratégia em M&A e a análise de relevantes aquisições recentes

Princípios de estratégia em M&A e a análise de relevantes aquisições recentes

19 minutos de leitura

Um dos aspectos mais relevantes para um M&A é a sua motivação, que determina a possibilidade de ganho em sinergias, o prazo aceitável para retorno do investimento, os múltiplos pagos e a disposição para melhorar a oferta. Essa etapa representa, na realidade, a estratégia que precede ao ato de abordagem definido pelas empresas.  

Levando isso em consideração, é importante, primeiramente, diferenciar a abordagem dos investidores estratégicos da dos investidores institucionais. De um lado, há os investidores estratégicos, que já atuam na indústria ou em empresas correlatas do mesmo setor. Nesse aspecto, avalia-se principalmente o potencial de sinergias do novo investimento e as formas com que esse investimento pode gerar ganhos para além do lucro.  

Um exemplo claro é a compra recente de grandes estúdios de jogos e filmes por empresas detentoras de serviços de streaming. Nesses casos, o principal ativo analisado é a possibilidade de obter ganhos com a exclusividade de determinados produtos, motivando, assim, aquisições de valores elevados para fortalecer o poder de barganha com o consumidor. 

Do outro lado, há os investidores institucionais, que precisam gerar resultados para os seus shareholders, culminando em incentivos diretos para a compra de empresas que proporcionem retornos no curto e médio prazo, atendendo, assim, as preferências temporais de todos os interessados. Porém, a escolha deve ser cuidadosa, pois empresas rentáveis no curto prazo nem sempre serão capazes de manter seu modelo de negócios ao longo do tempo, podendo prejudicar a rentabilidade futura e não possibilitando o mantenimento da sustentabilidade operacional.  

Estratégia em M&A e pensamento de longo prazo 

As estratégias mais comuns de longo prazo consistem em identificar sinergias e oportunidades de crescimento que se mantenham apesar das adversidades. Esse tipo de visão busca, principalmente, a evolução do processo operacional de modo que, ao longo dos anos, as sinergias atinjam seu potencial máximo e o investimento realizado venha a se pagar.  

Na prática, empresas que adquirem seus fornecedores, verticalizando o negócio, têm o potencial de reduzir custos e minimizar o risco operacional em relação ao aumento de preços de fornecedores, melhorando, consequentemente, suas margens. 

Nesse tipo de aquisição, a empresa se consolida no setor e pode explorar opções mais rentáveis, concentrando seus investimentos na melhoria do produto gerado pelo fornecedor e na valorização do produto final.   

Essa estratégia também se mostra interessante quando aplicada sobre players que atuam no mesmo setor, buscando apenas a expansão territorial ou o ganho da carteira de clientes. Um exemplo é a aquisição e a consolidação do setor de revendas agrícolas, que permitiu um maior poder de barganha entre as revendas. 

Como pertencem aos mesmos acionistas, o poder de solicitar preços mais convidativos para os insumos fez com que os fornecedores abaixassem os preços e firmassem contratos mais vantajosos com as revendas sob o pretexto de que, caso os preços não fossem interessantes, o principal fornecedor poderia ser o concorrente, prejudicando as receitas. 

Dessa forma, a redução de custos e o aumento de ganhos, assim como a possibilidade de obter maior poder de barganha e de adentrar em novos e rentáveis mercados, são ótimos motivos para aquisições de longo prazo. Afinal, essas aquisições não focam apenas no status atual do negócio, mas, sim, em seu potencial de aprimoramento e na geração de benefícios tanto para a empresa adquiridora quanto para a empresa adquirida, criando as chamadas sinergias operacionais. 

Estratégia em M&A e pensamento de curto e médio prazos 

A estratégia de curto prazo, por sua vez, foca em movimentos rápidos de mercado que permitam ganhos em um intervalo de 1 a 5 anos. Isso pode ocorrer, por exemplo, por meio de aquisições estratégicas para aproveitar uma onda de interesse do mercado, como as aquisições de corretoras de criptomoedas em 2020 e 2021, visando aumentar ao máximo o número de clientes e capturar ganhos em corretagem de um mercado muito aquecido. 

De forma alternativa, essa estratégia pode envolver aquisições para evitar problemas futuros iminentes, como no caso de grandes grupos petrolíferos adquirindo outras empresas no setor de energias para garantir ganhos mesmo diante da instabilidade dos preços dos produtos. 

Em suma, as aquisições de curto e médio prazo não visam negócios com perspectivas de crescimento futuro, mas, sim, empresas que já estejam entregando grandes resultados e com potencial de gerar retornos para o presente. Dessa maneira, as aquisições permitem negociar bons múltiplos para pressionar rápidas negociações, minimizando as margens para contrapropostas e estratégias que possam retardar esse processo.  

Recentemente, esse movimento foi observado na competição por aquisições de serviços de streaming, em que fusões resultaram na criação de gigantes inabaláveis do mercado que passaram a pressionar os portfólios de outros players. Isso gerou uma urgência para que esses concorrentes buscassem novas aquisições, a fim de manter sua posição e relevância perante os consumidores. 

Como empresas vencedoras fazem negócios 

O processo ideal para identificar um bom negócio reside na compreensão das motivações, como foi tratado no artigo “7 principais motivos para fazer fusões e aquisições”, publicado aqui no blog da BLB. 

A arte de observar tanto as necessidades da empresa quanto as movimentações de mercado permite que o processo de M&A seja aproveitado ao máximo, de modo que o valor das firmas a serem adquiridas seja adequadamente identificado. Isso não apenas gera maior satisfação para os vendedores, mas também resulta em ganhos significativos em sinergia ao longo do processo de integração do novo negócio. 

Quando realizado no momento certo e baseado nas motivações adequadas, o M&A tem a capacidade de gerar ganhos para todos os envolvidos. Nesse contexto, o papel dos assessores, tanto dos compradores quanto dos vendedores, é crucial. Devido à sua expertise na área, esses profissionais podem oferecer conselhos valiosos e fornecer aos seus representados estratégias contratuais para garantir a melhor relação risco-retorno da transação. 

Quando a aquisição de empresas se torna a melhor das opções 

Muito se discute sobre a escolha entre desenvolver internamente uma empresa focada em um negócio estratégico ou adquirir uma empresa já estabelecida. A favor das fusões e aquisições (M&A), comprar uma empresa com uma equipe especializada pode ser crucial para o sucesso da operação. 

De fato, adquirir uma empresa que já possui uma equipe criativa pode agregar valor significativo ao processo de tomada de decisão no novo mercado. Isso pode proporcionar uma vantagem competitiva imediata, aproveitando a expertise e as inovações já desenvolvidas pela empresa adquirida.  

Por outro lado, um dos principais argumentos contra a M&A é que, muitas vezes, as condições atuais do mercado aumentam os preços das aquisições. Para justificar o alto custo da aquisição, o prazo de retorno do investimento para o comprador pode ser extremamente longo, às vezes superior a dez anos. Essa situação é agravada pela incerteza econômica, que pode tornar as projeções de retorno ainda mais incertas e arriscadas. Além disso, o processo de integração de uma nova empresa pode ser complexo e dispendioso, exigindo tempo e recursos para alinhar culturas organizacionais e sistemas operacionais. 

Portanto, o momento oportuno da aquisição é crucial na tomada de decisão. Em muitas situações, pode ser mais interessante fazer propostas atrativas para que os CEOs de outras empresas migrem para um novo negócio, em vez de realizar uma oferta para comprar a empresa inteira. 

Essa abordagem pode ser menos onerosa e permitir a captura de talentos e ideias sem os custos associados à compra total de uma empresa. Assim, a decisão depende da perspectiva e da estratégia da empresa investidora, considerando fatores como a prontidão para integrar novas equipes e a capacidade de gerenciar mudanças significativas. 

Adicionalmente, a empresa investidora deve avaliar o mercado-alvo e a concorrência para determinar a melhor abordagem. O desenvolvimento interno permite maior controle sobre a inovação e a cultura corporativa, enquanto a aquisição pode oferecer uma entrada mais rápida e robusta em novos mercados. A escolha entre essas estratégias deve ser baseada em uma análise cuidadosa dos objetivos de longo prazo da empresa, assim como dos recursos disponíveis e das condições do mercado. 

Em resumo, tanto o desenvolvimento interno quanto as aquisições têm seus méritos e desafios. A escolha entre essas estratégias requer uma análise detalhada das circunstâncias específicas da empresa e do mercado em que opera. A avaliação cuidadosa do momento oportuno, dos custos e dos benefícios potenciais é essencial para tomar a decisão que melhor se alinhe com os objetivos estratégicos da empresa. 

Estudos de caso 

Buscando evidenciar esse processo de tomada de decisões, faz-se necessário olhar alguns exemplos práticos de casos de M&A que ocorreram na última década, a fim de ilustrar e esclarecer os conceitos abordados acima. 

Aquisição visando ao aumento de portfólio de produtos 

Fundada em 1994 por Jeff Bezos, a Amazon é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Desde 2006 tinha em seu portfólio produtos como o Amazon Unbox e o Amazon Video on Demand, que serviam como um serviço online de streaming em uma época em que tal modelo de negócios concorria fortemente com locadoras locais e a pirataria. 

Após vários anos de seu início, os serviços online de streaming foram se popularizando e uma intensa disputa se acirrou entre grandes plataformas. Para se destacar, em 2022 a Amazon anunciou a compra do famoso estúdio de cinema MGM por US$ 8,5 bilhões.  

Com quase um século de história no cinema, a MGM complementa o trabalho da Amazon Studios, que se concentrou principalmente na produção de programas de TV, trazendo um leque maior de público para produções originais da plataforma. Assim, a motivação principal para essa aquisição foi a de preservar a herança e o catálogo de filmes da MGM, permitindo aos clientes da Amazon acesso a essas obras. Por meio dessa aquisição, a Amazon acredita que a MGM poderá continuar a fazer o que faz de melhor: a criação de ótimas narrativas. 

Além disso, a MGM possui mais de 4 mil filmes em seu catálogo, como James Bond, Legalmente Loira, Rocky, Silêncio dos Inocentes, Thelma & Louise, bem como 17 mil programas de TV, incluindo Fargo, The Handmaid’s Tale e Vikings. Esses programas e filmes ganharam coletivamente mais de 180 Oscars e 100 Emmy. Nesse contexto, Mike Hopkins, vice-presidente sênior da Prime Video e Amazon Studios, afirma que o valor financeiro real por trás desse negócio é o catálogo da MGM. Ele ressalta que a intenção é reimaginar e desenvolver esse catálogo junto com a talentosa equipe do estúdio, o que abre inúmeras oportunidades para criar histórias de altíssima qualidade. 

Outro exemplo que pode ser mencionado é o da Heinz, controlada pelo 3G Capital, do trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, em parceria com o megainvestidor Warren Buffett. Recentemente, eles adquiriram a Kraft, uma das maiores empresas de alimentos processados do mundo, visando expandir e diversificar seu portfólio. A aquisição resultou na formação da Kraft Heinz Company, em que a Heinz controla 51% das ações e a Kraft detém os 49% restantes. Os acionistas da Kraft receberam um dividendo especial de US$ 16,50 por ação. 

As implicações dessa aquisição são significativas. A fusão permitiu que a empresa combinada se beneficiasse de economias de escala, resultando em custos operacionais mais baixos. Além disso, a Kraft Heinz agora possui um portfólio de produtos mais diversificado, abrangendo várias categorias de alimentos processados. Isso permite que a empresa atenda a uma gama mais ampla de preferências do consumidor e se adapte melhor às mudanças nas tendências do mercado. 

No entanto, a aquisição também apresentou desafios. Integrar duas grandes organizações pode ser complexo e demorado, que requer a harmonização de culturas corporativas, sistemas e processos. Além disso, a empresa combinada pode enfrentar uma concorrência intensa em suas várias linhas de produtos. Ainda assim, a aquisição da Kraft pela Heinz representa um marco importante na indústria global de alimentos processados. 

Aquisição visando adquirir tecnologia e know-how 

A Mobileye, líder global no desenvolvimento de visão computacional e aprendizado de máquina, responsável por 70% do mercado global de sistemas avançados de assistência e anticolisão, foi adquirida pela Intel, gigante norte-americana de tecnologia, pela quantia de aproximadamente US$ 15.3 bilhões. 

A principal motivação para essa aquisição foi acelerar as inovações para a indústria automotiva e posicionar a Intel como uma provedora líder de tecnologia no mercado de rápido crescimento de veículos autônomos. A Intel estima que o mercado de sistemas de veículos, dados e serviços possa movimentar US$ 70 bilhões até 2030. 

A aquisição combinou as melhores tecnologias de ambas as empresas, abrangendo conectividade, visão computacional, data center, fusão de sensores, computação de alto desempenho, localização e mapeamento, aprendizado de máquina e inteligência artificial. Juntas, a Intel e a Mobileye esperam entregar soluções de direção que transformarão a indústria automotiva. 

A combinação da expertise em visão computacional da Mobileye com a expertise da Intel em computação de alto desempenho e conectividade desenvolverá soluções de direção automatizadas, abrangendo desde a nuvem para gerenciamento de dados até a implementação de tecnologias para automóveis. Além disso, a Intel espera que a transação aumente imediatamente seus lucros por ação, bem como seu fluxo de caixa livre. 

Outra aquisição focada no aspecto intangível do know-how foi a do Instagram, empresa criada por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010, cuja criação buscava simplificar e aprimorar a forma como as pessoas compartilhavam momentos de suas vidas online. O Instagram preencheu a lacuna visual, proporcionando aos usuários uma maneira rápida e fácil de capturar, aprimorar e compartilhar imagens. 

Em 2012, o Facebook adquiriu o Instagram por aproximadamente 1 bilhão de dólares. Mark Zuckerberg, CEO do Facebook na época, reconheceu o potencial do Instagram e viu oportunidades únicas para sinergias entre as duas plataformas. Assim, a aquisição foi motivada por uma combinação de fatores estratégicos, que visavam não apenas expandir o alcance e a presença do Facebook no cenário das mídias sociais, mas também capitalizar sobre o rápido crescimento e a popularidade do Instagram na época. 

O know-how da equipe do Instagram em design de aplicativos móveis e engajamento do usuário foi um dos principais atrativos para o Facebook. Kevin Systrom trouxe sua experiência em programação e design para o núcleo da plataforma, enquanto Mike Krieger contribuiu com sua perícia técnica e paixão pelo design para a construção do Instagram. Sua habilidade em traduzir a visão de Systrom em uma plataforma funcional solidificou a dupla como arquitetos do sucesso do Instagram.  

Aquisição visando entrar em novos mercados 

A BP, uma das maiores empresas de energia do mundo, adquiriu a Chargemaster, o maior nome em carregamento de veículos elétricos (EV) do Reino Unido. A motivação por trás dessa aquisição foi a crescente demanda e adoção de veículos elétricos ao redor do mundo. A BP prevê que o número de EVs nas estradas aumentará rapidamente nas próximas décadas. Em 2040, a BP estima que haverá 12 milhões de EVs nas estradas do Reino Unido, um aumento significativo em relação aos cerca de 135 mil em 2017. 

A aquisição da Chargemaster é um passo importante para a BP se tornar a principal fornecedora de energia para veículos de baixo carbono, tanto para carregamento em vias públicas e estradas quanto nas residências. A BP acredita que o carregamento rápido e conveniente é fundamental para apoiar a adoção bem-sucedida de veículos elétricos. Com a aquisição, a Chargemaster foi renomeada para BP Chargemaster. 

Nesse contexto, as implicações dessa aquisição são significativas. A BP Chargemaster planeja implementar uma infraestrutura de carregamento ultrarrápido, incluindo carregadores rápidos de 150kW capazes de fornecer 160 km de alcance em apenas 10 minutos. Tal implementação traz mais agilidade ao carregamento, eliminando um dos grandes problemas com carros elétricos: a redução de sua utilidade para a vida cotidiana devido à dificuldade em seu carregamento, principalmente pelo tempo que ele demora para ser carregado. 

Clientes da BP no Reino Unido podem esperar acessar os carregadores da BP Chargemaster nos postos de gasolina da BP nos próximos 12 meses. Além disso, a Chargemaster, que opera a maior rede pública de pontos de carregamento de EVs no Reino Unido, com mais de 6.500 em todo o país, continuará a projetar, construir, vender e manter unidades de carregamento de EVs para uma ampla gama de locais, incluindo o carregamento doméstico.  

Aquisição visando à redução de custos operacionais 

A aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) pela ArcelorMittal, que envolveu a Vale, é um exemplo interessante de verticalização. A Vale, em conjunto com seus sócios Posco Holding Inc. e Dongkuk Steel Mill, assinou um acordo vinculante com a ArcelorMittal para a venda de suas participações na CSP. O valor da transação foi de aproximadamente US$ 2,2 bilhões. 

A CSP é uma operação de classe mundial que produz placas de alta qualidade a um custo globalmente competitivo. Sua instalação, localizada no estado do Ceará, foi comissionada em 2016. Ela opera um alto-forno com capacidade de 3 milhões de toneladas, tendo acesso ao Porto de Pecém via correias transportadoras, um porto de águas profundas de grande escala, localizado a 10 km da usina. 

A aquisição oferece sinergias operacionais e financeiras significativas, assim como um potencial para futuras expansões, como a opção de adicionar capacidade primária de fabricação de aço (incluindo processo de redução direta), além da capacidade de laminação e acabamento. Dada a sua localização, a CSP também apresenta uma oportunidade para criar um novo centro de produção de aço de baixo carbono, capitalizando a ambição do estado do Ceará de desenvolver um centro de hidrogênio verde de baixo custo em Pecém. 

A verticalização nesse caso permitiu à Vale consolidar várias etapas do processo de produção e distribuição de aço, reduzindo custos operacionais. Além disso, a transação reforçou a estratégia da Vale de simplificar seu portfólio, com foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados na alocação disciplinada de capital. 

Aquisição visando à integração de tecnologias com alto potencial complementar 

A Salesforce, uma gigante do setor de CRM, adquiriu o Slack, um popular aplicativo de mensagens instantâneas muito utilizado por startups e equipes de inovação. A motivação para essa aquisição foi a rápida mudança nos hábitos de trabalho e a crescente demanda por plataformas de colaboração eficientes. 

A aquisição permitiu à Salesforce acessar uma plataforma de colaboração usada diariamente por milhões de profissionais, abrindo uma nova frente em sua batalha contra a Microsoft, cujo software de colaboração, o Teams, ultrapassou o crescimento do Slack durante a pandemia. Além disso, a Salesforce viu uma oportunidade de tornar sua solução mais completa, já que grandes empresas – que são seus principais clientes – priorizam reduzir o número de fornecedores de tecnologia, optando por serviços mais abrangentes e integrados. 

As implicações dessa aquisição são significativas. O Slack se tornou a interface oficial da Salesforce, e a expectativa é que o software da Salesforce evolua para algo mais parecido com o Slack. Hoje, a plataforma do Slack é integrada a mais de 2,4 mil aplicativos, como Google Calendar e ZenDesk.  

No entanto, qualquer aquisição envolve um grau de incerteza para os clientes existentes, e a compra da Slack pela Salesforce não é diferente. Ainda assim, essa transação representa um marco importante na indústria global de software de colaboração. 

Um M&A bem-sucedido é uma junção de fatores 

Dada a complexidade do tema, o artigo buscou ilustrar algumas operações de M&A e o fator principal que as impulsiona. O nosso objetivo foi aproximar a realidade da compra e venda de empresas ao leitor, resumindo a imensa gama de motivos que podem determinar tal movimentação. 

Considerando o processo já iniciado, é essencial realizar estudos detalhados sobre a velocidade em que se faz necessário esse crescimento inorgânico, o momento do mercado e as opções de pagamento disponíveis, tal qual foi abordado no artigo “Opções de pagamento na compra ou venda de empresas”, disponível no blog da BLB. 

Munido de tais conhecimentos, o leitor estará apto a tomar suas decisões, sendo necessário que ele também compreenda todas as etapas do processo e, com a devida assessoria, consiga passar por todas elas com o mínimo possível de inseguranças. Para sanar dúvidas sobre o processo de M&A e a função de uma assessoria, recomendamos a leitura do artigo “Processo de M&A: conheça as 7 etapas para a combinação de negócios”. 

Em conclusão, as estratégias de M&A são fundamentais para o crescimento e a sustentabilidade das empresas, seja em curto, médio ou longo prazo. A escolha entre desenvolver internamente ou adquirir uma empresa já estabelecida depende das motivações e do contexto econômico. A integração bem-sucedida e o momento adequado são cruciais para maximizar os benefícios e minimizar os riscos. Assim, com a orientação correta, as aquisições podem gerar sinergias significativas, proporcionando vantagens competitivas e retornos financeiros robustos. 

Autoria de Israel Torres e revisão técnica de Raphael Bloch 

Consultoria em Finanças e M&A 

BLB Auditores e Consultores  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *