7 razões pelas quais fusões e aquisições mais falham

7 razões pelas quais fusões e aquisições mais falham

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Por que poucos M&A prosperam?

Embora a taxa de sucesso global dos deals de fusões e aquisições (M&A) tenha aumentado em 70% nos últimos 20 anos, ela ainda é modesta: apenas 50%(1). Essa taxa é ainda menor quando falamos de deals cada vez maiores. Isso foi o que uma pesquisa realizada pela consultoria global McKinsey mostrou, avaliando mais de 2.500 transações (acima de 1 bilhão de euros) ocorridas entre 2013 e 2017.

Operações de M&A são e sempre serão trabalhos complexos e com certa imprevisibilidade, mesmo com boas negociações e abrangentes Due diligences. Como em qualquer compra importante, os problemas da companhia adquirida podem não estar claros até depois do fato. Tal cenário pode acabar destruindo qualquer valor potencial inicialmente previsto.

Conheça as 7 principais razões pelas quais M&A falham:

  1. Gestão deficiente de pessoas e conflito de cultura

A reação dos colaboradores das empresas é muitas vezes esquecida durante um processo de M&A. É ilusório pensar que as equipes enxergarão a fusão ou aquisição como oportunidades de carreira. Pelo contrário, os funcionários muitas vezes pedem demissão ou cometem atos de sabotagem por medo e desconfiança à empresa adquirente. Existe aumento do turnover que pode chegar a 60%, segundo o professor da Universidade Mackenzie Eduardo Fagundes.

  1. Cenário macroeconômico desfavorável

Nenhum de nós está imune às drásticas e abruptas mudanças na economia, seja em preços de ações ou taxas de juros. Um clima econômico negativo sem dúvida interfere no sucesso de um processo de M&A: devido às incertezas com o futuro, o agente econômico aumenta sua poupança em detrimento do apetite por investir, visando reduzir seu risco.

Algumas crises, como a da Covid-19 podem fazer com que empresas mudem suas teses de investimentos e esperem um novo panorama global para voltar a investir.

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  1. Promessas inviáveis

Fazer promessas não factíveis durante a negociação nunca é uma boa ideia. O interesse do comprador deve se sustentar em fatos e metas objetivas realistas. Essas metas devem estar no famoso MoU (não sabe o que é MoU? Nós explicamos aqui).

  1. Falta de sigilo

Operações de M&A devem sempre ser discutidas entre quatro paredes, de preferência fora dos escritórios do Target. A assinatura de um NDA (leia mais aqui) é de suma importância para o bom andamento das negociações, porém ela não é tudo.

A possibilidade de informações sigilosas vazarem sempre existe, por isso é ideal minimizar as chances de exposição. Caso concorrentes tenham conhecimento da venda de uma empresa, clientes podem decidir mudar seus fornecedores, prejudicando o processo de M&A.

  1. Ausência de um Plano B

Por mais que se tenha encontrado a empresa ideal para realizar um deal, seja para vender ou comprar uma Companhia, é recomendado possuir mais interessados, caso haja desistência do negócio. A pesquisa citada no início do artigo demonstra que 42% dos deals foram cancelados por desacordo em preço.

Fica ainda mais notória a importância de se realizar um Valuation para servir de base para uma negociação justa. Além disso, negociar com mais de um interessado é papel fundamental de um bom profissional de M&A.

  1. Falta de percepção de objetividade

Ansiedade e euforia são palavras que não devem constar no trabalho de assessores de fusões e aquisições. Decisões baseadas em emoções prejudicam o olhar analítico e adicionam valor fictício ao negócio.

Visando sanar essa ansiedade, o trabalho deve ser realizado por um assessor de negócios consciente e, especialmente, desenvolvido de modo a maximizar a criação de valor durante a negociação.

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  1. Mau planejamento

Os problemas acima mencionados, responsáveis ​​pela não conclusão de um deal, podem ser contornados, pelo menos em partes, com um planejamento adequado e a criação e execução de uma estratégia coerente.

Na maioria das fusões e aquisições, o foco principal é fechar o negócio. Nesse sentido, concentra-se praticamente todos os esforços na conclusão do deal e poucos para as consequências (Post-Merger Integration, em inglês, ou simplesmente, Pós-fechamento). Falta de previsão e planejamento tolham o verdadeiro potencial do negócio.

(1) Scott Moeller, Why deals fail and how to rescue them (2016)

Raphael Bloch Belizario
Consultor em Fusões e Aquisições da Divisão Societária e de M&A na BLB Auditores e Consultores

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