A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um demonstrativo contábil que tem como objetivo mostrar a riqueza que foi criada pelo negócio em determinado tempo e a maneira como ela foi dividida entre os vários departamentos que fazem parte de todo processo.
Para desempenhar sua atividade, uma empresa precisa contratar colaboradores, adquirir insumos, pegar empréstimo financeiros, se necessário, entre outras providências.
Quando a organização apresentar seu serviço ou produto no mercado, ele custará um valor maior do que a soma dos elementos utilizados para a sua produção. Esse valor que foi acrescentado após o processo de produção significa a riqueza gerada, e nesse momento é importante que você saiba o que é DVA.
Se você quer saber mais sobre o que é DVA e qual o seu papel na empresa, não deixe de ler este texto!
Para que serve a DVA?
Conforme a 6.404/76, mais conhecida como Lei das S/A, a DVA é obrigatória para a Sociedades Anonimas de capital aberto. Nessas empresas que negociam suas ações nas bolsas de valores, o demonstrativo geralmente é realizado no período anual, com os outros relatórios contábeis.
Contudo, mesmo que a legislação não exija das demais empresas a divulgação da DVA, elas podem optar por fazer isso com finalidade complementar agregando ainda mais credibilidade a suas demonstrações contábeis. Assim, o documento pode ser utilizado para mensurar a eficácia do negócio na conversão dos recursos em riqueza.
De um ponto de vista mais social, com a avaliação desse relatório também é possível observar de que maneira a instituição colabora para a sociedade na qual está inserida. Isso pode ser utilizado, como exemplo, para que os órgãos públicos criem uma ideia de como uma empresa pode beneficiar uma comunidade com sua instalação.
Esse demonstrativo também pode ser usado como base para que os sindicatos realizem um comparativo, entre organizações que exercem uma mesma atividade, das quantias destinadas aos funcionários e do progresso da remuneração, além de auxiliar os governos a compreenderem de que maneira cada segmento colabora com a receita tributária, dentre outras serventias.
A aplicação da DVA como ferramenta administrativa pode ser resumida do seguinte modo:
- como índice de análise do desenvolvimento na geração da riqueza, ao aferir a eficácia da empresa no uso dos itens de produção, confrontando a quantia das entradas com o valor das saídas;
- como meio de avaliar o desempenho social à proporção que mostra, na divisão da riqueza gerada, a colaboração dos trabalhadores, do governo, das instituições financiadoras e dos sócios.
Como produzir a DVA?
Para elaborar a DVA, são usadas informações acessíveis na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), que também é feita pela contabilidade da empresa.
Na realidade, a DVA é um método diferente de ver as informações que constam na DRE. Em vez de indicar o resultado da empresa naquele período, ou seja, de que forma chegou a certo lucro ou prejuízo, com a DVA as informações são estruturadas de acordo com o que a empresa ganhou e o que pagou.
Qual é a estrutura da Demonstração do Valor Adicionado (DVA)?
A DVA inicialmente distribui os dados dos valores que o empreendimento recebeu. Nessa primeira parte do demonstrativo, podem ser encontrados, por exemplo, a receita bruta com os impostos, ganhos de capital etc. Na segunda parte podem constar os serviços que a empresa obteve de terceiros, incluindo matéria-prima e mercadorias, entre outros tipos de insumos.
O que difere entre os valores da primeira e os da segunda parte retrata o valor adicionado bruto. A partir desse número são abatidos os gastos com amortização, depreciação e exaustão, resultando no valor adicionado líquido gerado pela empresa.
Além do montante produzido, a instituição pode ter ganhado ainda outros valores por transferências, como exemplo, os juros. A somatória da primeira e da segunda parte resulta no valor adicionado total que será repartido.
Após demonstrar como a empresa produziu riqueza, a outra parte da DVA tem como intuito demonstrar como houve sua distribuição. Inicia comprovando a quantia que foi usada com pessoal, como exemplos os salários, e depois o valor usado para pagamento de impostos e demais contribuições.
A repartição da riqueza engloba ainda a remuneração da riqueza dos demais (terceiros), por exemplo, os juros pagos, e finalmente, o ordenado dos capitais próprios da empresa, que é o local onde são indicados os lucros retidos pelos empreendimentos e os lucros distribuídos entre os acionistas, e demais informações.
O valor adicionado total distribuído, que pode ser aferido na primeira metade do relatório, deve ser exatamente igual ao resultado encontrado na segunda metade da DVA, que condiz à distribuição do valor adicionado.
Como é o modelo básico de uma DVA?
O modelo básico da DVA é realizado de forma específica. Acompanhe.
1. Receitas
- Venda de mercadorias, produtos e serviços;
- outras receitas;
- resultados não operacionais;
- provisão para créditos de liquidação duvidosa — constituição/reversão.
2. Insumos adquiridos de terceiros
- Matérias-primas consumidas;
- custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;
- materiais, energia, serviços de terceiros;
- perda/recuperação de valores ativos;
- outros.
3. Valor adicionado bruto
- Resultado da subtração dos itens 1 e 2 acima (item 3 = 1-2).
4. Retenções
- Depreciação, amortização e exaustão.
5. Valor adicionado líquido produzido pela entidade
- Resultado da subtração dos itens 3 e 4 acima (item 5 = 3-4).
6. Valor adicionado recebido em transferência
- Resultado de equivalência patrimonial (negativo ou positivo);
- receitas financeiras;
- outras receitas (aluguéis recebidos, doações, entre outros).
7. Valor adicionado total a distribuir
- Resultado da subtração dos itens 5 e 6 acima (item 7 = 5-6).
8. Distribuição do valor adicionado
- Pessoal (remuneração direta — salários, 13º, férias, comissões, horas extras, plano de saúde, alimentação, transporte, FGTS etc);
- impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais;
- remuneração de capitais de terceiros (juros, aluguéis e outros);
- remuneração de capitais próprios (juros sobre o capital próprio, dividendo, lucros retidos/prejuízo do exercício, participação dos não-controladores nos lucros retidos), esse último só na consolidação.
Agora que você já sabe o que é DVA, é possível perceber sua importância como fonte de dados à medida que demonstra os elementos que possibilitam uma melhor análise do desenvolvimento econômico da empresa, comprovando a geração de riqueza e também os efeitos produzidos na sociedade por meio da divisão dessa riqueza.
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