O Demonstrativo de Fluxo de Caixa, ou simplesmente DFC, faz parte das Demonstrações Contábeis e é muito importante para a gestão de qualquer negócio. São os resultados gerados por esses documentos que permitem ao gestor analisar as possibilidades do seu empreendimento e direções a serem seguidas.
De forma geral, o DFC indica quais os valores que entraram e saíram do caixa, incluindo contas bancárias e aplicações financeiras em um determinado período. Com isso, é possível administrar melhor essas movimentações, evitar erros e até mesmo desvios que possam ocorrer.
Obrigatoriedade do Demonstrativo de Fluxo de Caixa
De acordo com a Lei nº 11.638/2007, o DFC é obrigatório para empresas com patrimônio líquido maior que dois milhões de reais ou formadas por sociedades de capital aberto.
As determinações específicas relacionadas aos Demonstrativos de Fluxo de Caixa estão contidas na Deliberação CVM 547/2008 por meio do Pronunciamento Técnico CPC 03.
Em relação às Pequenas e Médias Empresas (PMEs), essas Demonstrações são obrigatórias conforme o item 3.17 (e) da NBC TG 1000.
Independentemente do formato das empresas, quando obrigadas, devem apresentar os DFCs anualmente, juntamente com a elaboração do balanço das demonstrações financeiras, seguindo tendência internacional das Normas Contábeis.
Importância do DFC
Mesmo que determinado negócio não necessite apresentar obrigatoriamente o Demonstrativo de Fluxo de Caixa, sua funcionalidade é de extrema importância para a gestão financeira e contábil de um negócio.
Como é realizado em períodos determinados, ele traz o retrato real daquele momento e, mediante essas informações, pode ser traçado um planejamento financeiro para os próximos períodos.
Conheça algumas vantagens possíveis quando o gestor tem conhecimento do fluxo de caixa da sua empresa:
- Diminuir as chances de a empresa não honrar seus compromissos por não ter dinheiro suficiente em caixa;
- Ter clareza para investir os recursos financeiros em aplicações ou ampliar a estrutura da própria empresa.
Outros benefícios contábeis possíveis com as informações do DFC:
- Uma ferramenta que, aliada às demonstrações financeiras, possibilita avaliar prazos dos fluxos de caixa, sua estrutura financeira e também as variações nos ativos líquidos;
- Possibilita a aferição da habilidade de a empresa produzir recursos, assim como comparar o valor presente e futuro do caixa;
- Melhora a condição de comparação dos relatórios do desempenho por empresas diferentes;
- Propicia comparação das informações do fluxo de caixa de diferentes períodos para, assim, avaliar da melhor forma as condições dos caixas futuros.
O que indica um fluxo de caixa positivo ou negativo?
Um fluxo de caixa positivo mostra que o negócio está indo bem, que a empresa está cumprindo com suas obrigações e, dessa forma, está mantendo um equilíbrio financeiro. Já se for negativo, denota que a companhia está gastando mais que suas possibilidades. Isso indica que sua gestão não está ocorrendo de forma eficiente.
Como o relatório deve ser apresentado?
A apresentação do Demonstrativo de Fluxo de Caixa deve ser dividida em três áreas, basicamente: Atividades Operacionais, Atividades de Investimento e Atividades de Financiamento. Vejamos a seguir suas características principais:
Atividades Operacionais
Essas atividades relacionam-se com o capital circulante líquido do empreendimento. Estão pautadas pelas receitas e gastos oriundos da prestação de serviço, comercialização ou industrialização. Venda de serviços ou produtos, aquisição de materiais para produção ou venda, salários e encargos sociais são exemplos de Atividades Operacionais.
Atividades de Investimento
Referem-se aos gastos realizados a longo prazo em investimentos, no Imobilizado ou Intangível, e também nas entradas por venda dos ativos. Exemplos: aquisição de ações de outras empresas e venda de unidades de negócio.
Atividades de Financiamento
Tratam-se de recursos adquiridos do Patrimônio Líquido e do Passivo Não Circulante. Financiamentos de curto prazo e empréstimos também fazem parte dessas atividades, bem como as saídas referentes à amortização dessas dívidas e valores pagos aos acionistas como distribuição de lucros e títulos de dividendos.
Quais os métodos de apresentação do DFC?
É possível a aplicação de dois formatos distintos para a elaboração desses demonstrativos:
- Por meio da própria ficha do livro caixa, classificando as operações conforme sua natureza. As informações reunidas possibilitam a confecção do Demonstrativo do Fluxo de Caixa. Esse método só é possível se o DFC for realizado por profissionais que possuam acesso interno à empresa.
- Por meio das Demonstrações Contábeis, já que o acesso ao livro da conta Caixa nem sempre é possível. Nesse caso, será realizável se a empresa possuir arquivo ou publicar suas Demonstrações Contábeis.
Em relação a essa última opção, existem dois modelos para executar os DFCs. Eles podem ser realizados por Método Direto ou Método Indireto que veremos a seguir:
Método Direto
Por esse formato são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos provenientes das atividades operacionais da empresa. Os componentes do fluxo devem ser apresentados por seus valores brutos. Esse método é considerado o mais aderente aos objetivos do fluxo de caixa.
Denominado também como T Account Approach, ou Abordagem das Contas T, em que é iniciada a explicação dos caixas gerados pelas operações da empresa pelo recebimento de vendas. A disposição dos pagamentos e recebimentos é realizada empregando as partidas dobradas.
A vantagem desse método é que a geração de informações é permitida baseada em critérios técnicos sem nenhuma interferência fiscal.
Quando se opta por esse método, é necessário exibir os seguintes modelos de recebimentos e pagamentos relacionados às operações:
- Recebimento de clientes;
- Pagamentos de empregados e fornecedores;
- Juros pagos e dividendos recebidos, entre outros recebimentos e pagamentos;
- Imposto de Renda pago.
Método Indireto
O Método Indireto é baseado nas demonstrações dos recursos derivados das atividades operacionais a partir do Lucro Líquido, conforme os itens que afetam o resultado, porém não alteram o caixa da empresa.
Esse método tem semelhança com a Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos (DOAR), mais precisamente em relação ao Lucro Líquido Ajustado e às Contas Circulantes. Embora difira-se no sentido de que o Método Indireto se inicia a partir do Lucro Líquido até chegar ao valor das disponibilidades geradas no período pelas operações anotadas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
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