Crowdfunding: alternativa na captação de recursos para iniciar um negócio

Crowdfunding: alternativa na captação de recursos para iniciar um negócio

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A ideia parece inovadora, porém o modelo de crowdfunding já existe há um bom tempo. Quem nunca participou de uma “vaquinha” ou campanha de arrecadação de recursos para determinados projetos? Pois bem, o crowdfunding apresenta esse mesmo conceito, mas na versão digital.

A crise econômica que o país e o mundo enfrentam atualmente contribuiu para a criação e o desenvolvimento de inúmeras formas de captação de recursos, como alternativa sustentável. O crowdfunding é uma delas, combinando a velha forma de angariar fundos com a tecnologia inovadora da rede digital.

Como funciona o crowdfunding?

O crowdfunding é um modelo de investimento em que o empreendedor divulga seu negócio pela internet, com vídeos e textos detalhados explicando do que se trata o projeto, bem como o valor necessário e o prazo limite para que ele saia do papel. A partir daí as pessoas interessadas podem investir a quantia desejada no negócio.

Também conhecido como financiamento colaborativo, geralmente o crowdfunding não estipula uma quantia fixa para a doação, mas muitas vezes oferece alguma recompensa proporcional ao valor disponibilizado, relacionada ao produto ou serviço referente ao negócio financiado. No caso de o valor fixado como meta não ser atingido dentro do prazo especificado, automaticamente cada investidor tem seu dinheiro de volta integralmente.

A história do crowdfunding

A arrecadação de recursos via internet, ainda não reconhecida pela denominação crowdfunding, teve início com o movimento musical na década de 1990. Bandas de rock no começo de carreira passaram a divulgar seus trabalhos e músicas nas plataformas digitais pedindo doação de dinheiro com o objetivo de gravar álbuns e financiar turnês.

Nos anos 2000 surge o termo micropatrocinador e nesse momento já aparecem projetos específicos financiados por meio de arrecadação pela internet. Em 2007 nasce a primeira plataforma de crowdfunding, voltada à arrecadação de fundos para o cinema independente. Mas o formato que conhecemos hoje, para o financiamento de negócios variados, relacionados a bens de consumo e serviços, foi ganhando forma a partir de 2009.

O crowdfunding e os movimentos sociais

O modelo de crowdfunding já foi usado em inúmeros projetos e ganhou peso e credibilidade também com campanhas filantrópicas e beneficentes. Desde movimentos pequenos para angariar fundos para compra de um medicamento específico para uma criança até ações mundiais promovidas por grandes organizações de amparo social têm recorrido a esse formato de campanha para juntar valores.

Campanhas políticas também já utilizaram desse financiamento colaborativo para a coleta de dinheiro. O caso de maior destaque e repercussão foi o de Barack Obama em 2008, então candidato à presidência dos EUA. Na sua primeira corrida presidencial, utilizou de uma plataforma de financiamento e arrecadou mais de 1 milhão de dólares por meio de doações.

O crowdfunding e o mercado brasileiro

Embora ainda exista desconfiança por parte dos brasileiros nesse formato de arrecadação e a crise financeira que ocasiona um conservadorismo maior em relação aos investimentos, a estratégia, mesmo a passos curtos, tem dado certo. Desde a sua implantação, há cerca de seis anos no país, já foram arrecadados aproximadamente 18 milhões de reais.

No país, as plataformas iniciaram seus trabalhos com o financiamento de atividades culturais, mas logo receberam projetos também de negócios e empreendimentos relacionados a bens e serviços, embora a grande parte dessas plataformas seja voltada para atividades específicas, como projetos criativos, culturais e filantrópicos.

Atualmente, existem no Brasil cerca de 20 plataformas de crowdfunding. Citamos abaixo três que estão no mercado já há algum tempo:

Catarse: a mais antiga plataforma de crowdfunding do Brasil, iniciou suas atividades em 2011. Seu perfil é voltado para projetos criativos, culturais e das áreas tecnológicas. Já movimentou mais de 50 milhões de reais com quase duas mil campanhas bem-sucedidas. A taxa de recompensa cobrada é de 13%.

Benfeitoria: também lançado em 2011, o Benfeitoria, recebe projetos ligados a questões humanas, criativas e colaborativas. O atendimento é personalizado para cada empreendimento e disponibiliza materiais de auxílio por meio da Universidade de Financiamento Coletivo – UFC, para planejamento de campanhas.

Kickante: é um dos maiores sites de crowdfunding do país e sua plataforma abriga campanhas sociais e ambientais internacionais como Médico sem Fronteiras e Greenpeace, além de arrecadar fundos para empreendimentos pessoais. Possui vários modelos de financiamentos, que podem ser feitos de qualquer local do mundo.

Investimentos em ações com o crowdfunding

Além dos projetos já citados passíveis de serem realizados por meio de financiamento colaborativo, uma modalidade específica obteve recente regulamentação no Brasil, o equity crowdfunding.

A diferença é que esse tipo de financiamento é direcionado especificamente para negócios. Possibilitam que os investidores ofereçam valores às empresas tornando-se parte de sua sociedade e recebam em troca do financiamento ações ou quotas dessas empresas.

Em julho deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários publicou a Instrução CVM 588 regulamentando a modalidade no país.

Veja algumas regras estabelecidas pela Instrução:

  • As plataformas direcionadas para esse fundamento devem possuir autorização da CVM e serão fiscalizadas pela entidade;
  • As plataformas devem possuir capital social integralizado mínimo de 100 mil reais, além de possuir um código de conduta para colaboradores e administradores;
  • As empresas poderão receber no máximo 5 milhões de reais por ano e o prazo de captação limita-se a 180 dias;
  • Os recursos captados não poderão ser direcionados para fusão, incorporação e aquisição em outras sociedades.

Saiba mais sobre a Instrução CVM 588 aqui!

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