Ativo e passivo: saiba como mensurar os resultados

Ativo e passivo: saiba como mensurar os resultados

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Uma das principais funções dos demonstrativos contábeis — além de ser a base para cálculo de impostos e alíquotas — é servir como um norte do desempenho da empresa para o gestor do negócio. Por isso, saber como mensurar o valor de uma empresa vai muito além de olhar o número final no ativo e no passivo.

A necessidade de medir, em valores monetários, os itens presentes nas demonstrações contábeis é um fato bem fácil de se entender do ponto de vista do gestor. Porém, o que nem todos os contadores sabem é que existe mais de uma forma de realizar a medição.

Para entender melhor como funciona esse processo, confira os tópicos a seguir!

Entendendo a mensuração

Esse processo é diferente de simplesmente avaliar os itens que aparecem nos balanços patrimoniais, por exemplo. Para mensurar, é preciso determinar os valores monetários que evidenciem os atos e fatos contábeis de uma forma minimamente razoável. Dependendo da fórmula utilizada, pode haver diferenças significativas nos números obtidos pela empresa.

Isso é necessário porque, para mensurar o real valor da empresa, é preciso que se tenha uma noção de qual perspectiva está sendo usada para determinar o valor de seus ativos e passivos no demonstrativo.

Tradicionalmente, esse montante é determinado pelo sistema de custo histórico, que define o valor de um ativo pelo seu valor no momento da compra — saberemos mais sobre ele posteriormente.

Porém, dependendo da inflação no período, utilizar o custo corrente pode ser uma forma de aumentar o valor do ativo no demonstrativo, dando a entender que a empresa cresceu mais do que o real, por exemplo.

Independentemente da forma de mensuração, é imprescindível que a empresa deixe muito claro no balanço patrimonial, no demonstrativo de resultado de exercício ou em qualquer outro demonstrativo financeiro qual a forma de cálculo usada.

Vale dizer, ainda, que a mensuração de resultados deve ser feita de maneira consistente em diversos períodos. Conheça as principais formas de fazer isso:

Custo histórico, custo corrente, valor realizável e valor presente

As bases de mensuração são divididas em quatro categorias, com mudanças que podem parecer sutis ao olhar de um leigo, mas que fazem toda a diferença na contabilidade de uma empresa.

Custo histórico

O custo histórico é a base mais utilizada pelas empresas. Para os ativos, ele costuma utilizar como representação o valor pago pelos recursos em questão ou mesmo o valor justo para tal, sempre tendo como parâmetro a data de aquisição deste.

Já no caso dos passivos, nessa base, é usado o montante de recursos recebidos em troca da obrigação de pagamento ou do quanto que se espera ser necessário para liquidá-la. Na prática, pode se dizer que no custo histórico é levado em conta o valor pago por um ativo ou contratado de um passivo.

Custo corrente

O custo corrente é uma boa forma de mensuração para ganhos ou perdas com inflação, por exemplo. Isso porque os valores levados em consideração devem ser calculados com base na data do demonstrativo financeiro. Ou seja, devem ser atualizados com o valor de mercado mais atual de cada produto ou serviço.

Assim, se os ativos tivessem que ser comprados no dia do fechamento do balanço, quanto a empresa deveria pagar por ele? E os passivos, se tivessem que ser liquidados na mesma data, qual seria esse montante? Esses são os números que devem ser apresentados no demonstrativo financeiro.

Valor realizável

O valor realizável, também conhecido como valor de liquidação, tem como critério a data do fechamento do balanço ou demonstrativo. Porém, com uma diferença crucial: aqui, são levados em consideração por quanto a empresa conseguiria vender seus bens e direitos no dia do fechamento, especialmente no caso dos ativos.

Para o passivo, assim como no custo corrente, deve ser levado em consideração o montante que se espera ser necessário para liquidar a obrigação.

Valor presente

Por último, temos o valor presente. Para ele, o valor dos ativos aparece nas demonstrações financeiras com o seu valor presente, descontado o fluxo futuro de entrada líquida que a empresa espera que o item em questão gere no curso normal das operações do negócio.

Já no caso do passivo, também leva-se em conta o valor presente descontado o fluxo futuro de saídas líquidas que a empresa espera pagar para liquidar o valor no curso normal de operações. Aqui, é necessário lembrar que valor presente é diferente de valor justo.

Enquanto o valor justo mede por quanto um ativo pode ser negociado e um ativo liquidado, o valor presente mede o fluxo de caixa que ele pode gerar, descontando-se as taxas implícitas no seu valor original, com a finalidade de evitar distorções nas operações contábeis em longo prazo.

Ativo

O ativo é comumente apresentado do lado esquerdo de um demonstrativo financeiro. Ele representa a quantidade de bens e direitos que uma empresa possui — ou seja, todo o seu patrimônio. No entanto, só podem ser apresentados no ativo bens que possam trazer algum benefício financeiro no futuro e cujos custos possam ser determinados por bases confiáveis.

No ativo também aparecem contas de itens não monetários — como imóveis, automóveis e até mesmo investimentos em obras de arte. Porém, bens não mensuráveis — como capital humano — não podem ser medidos no ativo de uma empresa. Costuma ser representado com os itens de maior liquidez no topo, como caixa, banco conta movimento e investimentos.

Passivo

O passivo contabiliza todo o capital de terceiros utilizado em uma empresa, seja para adquirir um novo recurso para aumentar a produção, seja um montante em dinheiro para impulsionar o capital de giro. Ele apresenta todas as obrigações financeiras de um negócio com pessoas físicas, jurídicas e até com o governo.

Ele se situa do lado direito dos demonstrativos financeiros e pode conter itens diversos, como empréstimos, fornecedores, impostos, salários etc. Sua modalidade exigível é responsável por mostrar o endividamento da empresa.

Resultados

Para medir os resultados de uma empresa, o gestor pode levar em conta o patrimônio líquido, que é o valor que sobra da subtração entre os passivos e os ativos em um relatório contábil. Porém, existem outras formas de verificar se um negócio está crescendo ou não.

Por exemplo, se o passivo exigível de uma empresa aumentou, porém há uma contrapartida no ativo que justifique um processo de crescimento — como compra de novos equipamentos —, o aumento nos números não necessariamente traz um resultado positivo.

Da mesma forma, é possível calcular a relação entre ativo e passivo para descobrir a liquidez de um negócio, dividindo-se o primeiro pelo segundo. A curto prazo, podem ser levadas em consideração somente as modalidades circulantes. A longo prazo, vale a pena somar também as não-circulantes.

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