No mundo corporativo, oferecer plano de carreira para contadores com oportunidades claras e concretas de crescimento deixou de ser apenas um mero benefício. Hoje, essa é uma regra geral de política interna das empresas.
Afinal, com um mercado de trabalho em que a competitividade e a incerteza só aumentam, os profissionais se sentem atraídos cada vez mais por posições em que possam desenvolver suas carreiras e garantir uma melhor empregabilidade. E, em um setor tradicional como o da contabilidade, esse contexto é ainda mais forte.
Pensando nisso, neste post veremos a importância de estabelecer um bom plano de carreira para contadores dentro das organizações. Continue lendo e veja algumas dicas interessantes sobre o tema!
O que é um plano de carreira
Grosso modo, o plano de carreira é um plano de desenvolvimento individual do profissional dentro da empresa. Seu objetivo é orientá-lo, prepará-lo e capacitá-lo para que assuma tarefas e cargos mais altos no futuro. E esse processo é essencial para a política de recursos humanos de qualquer empresa.
No caso específico do setor de contabilidade, é por meio dele que se dará a estratégia de sucessão do escritório, garantindo que profissionais completos, competentes e alinhados profissionalmente com os objetivos da companhia tenham perspectiva de assumir posições de comando quando for a hora certa.
Para tanto, o plano de carreira deve mostrar todas as capacidades exigidas para cada cargo, de modo que os profissionais possam entender quais aspectos devem ser trabalhados para se candidatarem a essas oportunidades.
Paralelo a isso, a empresa precisa monitorar constantemente os indicadores de performance de seus colaboradores, por meio de metas, prazos e do nível de satisfação dos clientes. Assim, deve divulgar uma avaliação de desempenho formal a cada funcionário, usando o feedback como ferramenta para que todos estejam cientes de suas situações.
A importância de ter um plano de carreira para contadores
É comum que pequenos e médios escritórios ou empresas do setor apresentem dificuldades em oferecer condições semelhantes às das grandes companhias, como salários, benefícios, ou mesmo o prestígio de trabalhar numa empresa reconhecida.
Porém, acima de tudo, o atrativo mais importante continua sendo apresentar ao funcionário um plano sólido de carreira — acompanhado de maior autonomia, aumento de participação nas tomadas de decisões, promoções, participações nos lucros e até a possibilidade de ser elevado à condição de sócio do negócio.
Contudo, essa não é uma iniciativa que precisa partir exclusivamente das empresas. Todo profissional deve buscar estabelecer um plano de carreira para si próprio, e quanto mais cedo refletir sobre esse assunto, melhor.
Nesse sentido, se já estiver ocupando uma posição dentro de uma organização, ele deve estar sempre atento às possibilidades, evitando relegar essa responsabilidade aos outros ou deixar tudo por conta do setor de Recursos Humanos.
É importante ainda que o profissional não se acomode, tendo sempre em mente uma estratégia para evoluir na empresa, e buscando preparo e conhecimento sobre os requisitos necessários para ocupar cargos mais altos.
Vantagens de ter um plano de carreira
De fato, o plano de carreira é benéfico tanto para as empresas quanto para os profissionais. Para o funcionário, traz uma maior segurança em relação aos interesses da empresa, pela sensação de que ela está genuinamente interessada em desenvolver e melhorar sua carreira.
Assim, o profissional se sentirá cada vez mais motivado em busca de aperfeiçoar suas competências técnicas e sua postura no trabalho, melhorando o desempenho em todas as suas funções.
Já para a empresa, os benefícios são múltiplos:
- o plano de carreira proporciona fidelização do profissional;
- aumenta o comprometimento do colaborador com a companhia;
- melhora o clima geral de trabalho;
- e, por aumentar a motivação dos funcionários, aumenta também a atratividade da empresa para candidatos futuros a uma vaga de trabalho.
Além disso, ao estimular o planejamento de carreira, o gestor mostra sua capacidade de liderança, dando feedback aos seus funcionários e sempre negociando alternativas — aumentando, assim, a maturidade e o respeito entre os dois lados.
E essa prática ainda consegue reduzir, em longo prazo, o custo com consultorias de seleção e despesas com treinamentos e orientações iniciais para novos funcionários, pois mantém um fluxo estabilizado de pessoal dentro da companhia, o que afasta contratações erradas.
A retenção de talentos
Sabemos que, em um momento de instabilidade econômica e quadro de desemprego elevado, a retenção de talentos se torna ainda mais importante. Tanto para o escritório quanto para o colaborador.
No caso do escritório, mostra-se inviável disponibilizar elevadas quantias para disputar profissionais experientes no mercado. Sendo assim, a formação de novas lideranças no ambiente interno acaba sendo o melhor caminho.
Já para o colaborador, evitar o risco de desemprego em tempos economicamente incertos é, obviamente, uma vantagem considerável. E, por tudo isso, é preciso pensar em alternativas para reter talentos.
E um plano de carreira pautado em pesquisas internas e externas, capaz de identificar se a realidade do escritório oferece benefícios em relação ao que se pratica fora dele e que pratique o feedback eficiente para que o colaborador tenha reais condições de crescer em função dos objetivos definidos, tende a garantir melhores resultados para o escritório.
Como a empresa pode montar um plano de carreira
Afinal, como deve ser estruturado um plano de carreira para os profissionais contábeis? Quem deve participar de sua elaboração?
Bem, o primeiro passo a ser tomado pela empresa é definir detalhadamente sua estrutura corporativa interna, listando todos os seus cargos e subordinações. Esse panorama permitirá uma visão completa da empresa e evidenciará todas possibilidades de ascensão profissional ali existentes.
Em seguida, é preciso descrever minuciosamente cada posição dentro da empresa, incluindo atribuições, responsabilidades, grau de importância, pré-requisitos básicos (formação acadêmica, experiência anterior, conhecimentos específicos) e diferenciais que um profissional deve ter para desempenhar aquela função.
Deve-se analisar todas as posições, desde as mais baixas — como estagiários e auxiliares —, passando por analistas, gestores e executivos, até a diretoria. Afinal, é por meio desse detalhamento que será possível estipular benefícios que valorizem a especialização e o estabelecimento de políticas salariais.
O ideal aqui é estar alinhado com o mercado e realizar pesquisas para conhecer as tendências do setor, descobrindo quais são as melhores práticas de remuneração.
Assim, para compensar salários menos atrativos, pode-se oferecer um conjunto diferenciado de benefícios, que seja adequado ao perfil dos profissionais. Se possível, permitindo que cada um escolha o que quer receber dentro de uma gama de opções predefinidas pelo escritório.
Estruturação
Na hora de estabelecer o plano de carreira, o mais importante é a presença do próprio profissional, acompanhado de seu supervisor direto, um supervisor geral da área e um colaborador do setor de recursos humanos da empresa. E todos deverão estar cientes dos objetivos a serem desenvolvidos ali, trabalhando juntos.
A estruturação desse plano de carreira para contadores deverá avaliar os seguintes fatores:
- projeto de vida do colaborador em questão;
- seu perfil e características, tanto pessoais como profissionais;
- seus objetivos e aspirações, além de conhecimentos técnicos;
- e, principalmente, a situação do mercado.
Além disso, é fundamental não se esquecer do desenvolvimento contínuo de capacidades por parte dos profissionais. Estabeleça que ele deve sempre se esforçar para se aprimorar, seja quanto ao seu conhecimento técnico ou às suas competências organizacionais e comportamentais.
Como o colaborador pode montar um plano de carreira
É preciso também que cada colaborador tenha em mente o que quer para o seu futuro. Isso porque é na compatibilidade entre seus interesses e os da companhia que ele terá condições de encontrar as melhores oportunidades.
Nesse sentido, desenvolver um plano de carreira próprio não é tão difícil; basta se concentrar em três pontos:
- considerar a sua posição atual;
- estabelecer objetivos no curto, médio e longo prazos;
- definir o caminho para atingir os objetivos.
Cabe ao profissional fazer uma reavaliação a respeito de sua atuação profissional, considerando fatores como o cargo que ele ocupa, sua remuneração, as competências que apresenta, sua formação acadêmica e seu histórico profissional.
Feito isso, ele deve definir o que pretende no futuro, considerando o tempo necessário para atingir as metas. Quer ter um cargo melhor no mesmo lugar em que atua hoje? Tem interesse em ser dono do próprio escritório? São essas as questões que precisam ser feitas e que trarão respostas diferentes caso a caso.
Finalmente, ele precisa escolher a trajetória a ser percorrida para que possa atingir os objetivos. Então, estabelecidos os objetivos, é hora de pensar no mercado de trabalho. Afinal, para ter espaço no mercado, o melhor caminho é se manter em evidência.
O ideal é que o mercado vá atrás do profissional, e não o contrário. E por isso a definição de um plano de carreira é tão importante: com ele, é a pessoa quem adquire as competências e habilidades necessárias para apresentar ao mercado sua capacidade para ocupar as funções dos cargos almejados.
Networking
Mas, então, como fazer para ser visto pelo mercado? Fazendo networking. Com um networking eficaz, é possível se aproximar das pessoas certas e fazer com que elas vejam seu potencial.
É preciso ter em mente, contudo, que um networking eficaz é muito diferente de ficar adicionando todo e qualquer profissional às suas redes sociais. Trata-se de um conceito mais amplo, e que muitas pessoas ainda não dominam.
Por networking devemos entender uma rede de contatos em número suficiente para que, diante de qualquer eventualidade, o profissional tenha condições para se recolocar no mercado. Ainda que isso se dê por uma reavaliação de habilidades e competências.
Perceba que é um erro pensar no networking como uma espécie de balcão de empregos — muito embora seja possível, com ela, obter indicações interessantes.
Tampouco você precisa ser amigo de todos que fazem parte de sua área, mas precisa ter ao seu redor aqueles que estejam ocupando espaço nos diferentes setores de sua atividade. De forma que você tenha, ao menos, uma orientação adequada quando for necessário.
A importância dos valores
É importante que tanto os valores do profissional contábil quanto os do escritório sejam compatíveis. Essa é uma exigência para ambas as partes.
Em organizações em que existe a figura do chefe centralizador, por exemplo — que não delega tarefas e assume todas as responsabilidades, inibindo o crescimento da equipe —, será improvável que o colaborador sinta-se motivado para alcançar um novo patamar dentro da organização.
Por isso, é preciso que o escritório tenha uma gestão mais adaptada ao surgimento de novos talentos.
Da mesma forma, cabe ao colaborador se atualizar em função das técnicas exigidas para o profissional do que cargo que almeja ocupar. Manter-se sempre frequentando atividades indicadas pelo empregador, como cursos, palestras, seminários e workshops é fundamental.
E, nesse ponto, destaca-se a importância de ambas as partes definirem com exatidão seus objetivos profissionais em curto, médio e longo prazos. Uma compatibilidade que exige tempo e dedicação, principalmente na definição de critérios e variáveis que nortearão o plano de carreira.
Ainda assim, algo que tende a trazer benefícios significativos para o escritório, como aumento de produtividade e de satisfação dos funcionários, levando o serviço a um patamar de excelência.
Manter um plano de carreira é importante!
Como vimos até aqui, o grande diferencial do plano de carreira é que ele oferece benefícios para todas as partes envolvidas. Isso porque, quando bem estruturado, ele funciona como uma estratégia útil para o desenvolvimento do time de maneira contínua.
Quer melhor maneira de investir em produtividade do que oferecendo benefícios ao colaborador? Com uma equipe coesa, focada em objetivos alcançáveis, é possível oferecer maior qualidade nos serviços prestados, o que garante satisfação de quem contrata esses serviços e inevitável fidelização de clientes.
E é por isso que pensar no plano de carreira como um diferencial competitivo também é válido. Afinal, em um momento em que inúmeras empresas fecham suas portas diante de dificuldades financeiras, criar uma estratégia para reter talentos que se converta em ganho de qualidade é algo a ser considerado.
Por fim, vale ressaltar que é fundamental que a empresa estimule discussões em relação à carreira com seus profissionais e sempre ofereça um suporte real para o desenvolvimento deles.
Gerindo melhor os seus recursos internos, a organização manterá uma linha de colaboradores prontos para a sucessão de cargos mais altos, dando a eles um preparo maior para as futuras necessidades da companhia.
Então, gostou das nossas dicas? Agora aproveite para conhecer nossos cursos e assegure já o seu plano de carreira para contadores!