Quando se faz um grande investimento é preciso ter em mente o prazo para retorno do valor investido. Pode estar nesse “detalhe” a sobrevivência do negócio em médio e longo prazo. O grande erro de muitas pessoas, amadoras no mercado ou até inocentes, é depositar em determinadas ideias um grande montante de dinheiro sem antes ter calculado o seu retorno, ou ainda investirem o todo, sem pensar, por exemplo, na importância de ter um fluxo para a sobrevida do negócio por alguns meses ou anos, enquanto ele estiver se estruturando.
Sem se preparem corretamente, muitos perdem verdadeiras fortunas, sem contar o dano emocional e o trauma. Mas calma, porque há muitas maneiras de estruturar e de analisar a fundo os investimentos, e neste texto vamos falar sobre os principais, que são o Payback, Valor Presente Líquido e a Taxa Interna de Retorno.
Como sempre fazemos nos textos do blog, tentaremos tornar o assunto o mais simples possível e partiremos, para isso, do início. Respire fundo e boa leitura.
O que é o Payback?
Em português, a palavra payback significa “retorno”, e é uma técnica bastante utilizada nas empresas e no mundo dos negócios para analisar o prazo de retorno do investimento em um projeto ou ação específica.
Em suma, o Payback é o tempo estimado entre o retorno do investimento inicial até o período no qual o ganho acumulado empata com o valor do investimento. Ele é medido, geralmente, em meses ou anos, dependendo do montante ou da empresa.
Normalmente são utilizadas dois métodos para o cálculo do período de Payback, sendo eles o médio e o efetivo. O primeiro, quando o tempo de retorno tem como base a relação existente entre o valor do investimento e o valor médio dos fluxos esperados de caixa. Quando falamos em Payback efetivo estamos falando de um cálculo mais próximo da realidade, pois considera os respectivos períodos de ocorrência.
Para trazer os números e a metodologia para mais perto da realidade, vamos trabalhar com um exemplo:
Quando levamos em consideração um investimento inicial de R$ 50 mil, projetando o orçamento de caixa para três ou cinco anos, com a empresa obtendo, hipoteticamente, entradas de caixa de R$ 28 mil no primeiro ano, R$ 12 mil no segundo ano, R$ 10 mil no terceiro ano, R$ 14 mil no quarto ano e R$15 mil no quinto ano, o retorno do investimento aconteceria em três anos. A soma dos ganhos dos primeiros três anos se iguala ao investimento.
Agora imagine que, no terceiro ano de atuação da empresa, ela conseguiu a entrada de R$ 5 mil, e não os R$ 10 mil que dissemos acima. Dessa forma seria necessário utilizar mais 36% do valor do quarto ano.
O Payback pode ser usado ainda em decisões que resultem no “aceite” ou na “rejeição” e, nesse caso, a lógica segue a seguinte premissa:
Se o período de Payback for menor que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto poderá ser aceito. Mas se o período for maior que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto será rejeitado.
Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR), do inglês IRR (Internal Rate of Return) é a taxa necessária para equiparar o valor de um investimento (o valor presente) com os seus retornos futuros ou saldos de caixa. Quando usada para a análise de investimentos constitui a taxa de retorno de um projeto específico.
A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser atrativa, indiferente ou nada atrativa:
- o investimento é economicamente atrativo quando a taxa interna de retorno é maior do que a taxa mínima de atratividade;
- o investimento está economicamente numa situação de indiferença quando a taxa interna de retorno é igual à taxa mínima de atratividade;
- o investimento não é economicamente atrativo quando a taxa interna de retorno é menor do que a taxa mínima de atratividade. Isso porque seu retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno.
O melhor investimento será sempre o que tiver a maior Taxa Interna de Retorno, ou ainda o que apresentar a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor das saídas de caixa do investimento.
Para o cálculo da TIR é necessário projetar um fluxo de caixa que aponte as entradas e saídas de dinheiro provocadas pelo investimento, e os elementos serão:
- capital e o custo de capital utilizado para realizar o investimento;
- vida útil do projeto (nas empresas, contado de acordo com a sua idade em anos);
- o programa de investimentos (capital fixo somado ao capital de giro);
- benefícios estimados do investimento (receita menos gasto do projeto);
- o valor restante do investimento após o fim da vida útil projeto.
Valor Presente Líquido (VPL)
Ao se decidir por um investimento é preciso fazer projeções futuras dentro do planejamento da empresa para que os executivos possam analisar de forma segura se a melhor decisão está sendo tomada e se, além disso, a empresa terá retorno ou prejuízo.
Vimos acima dois métodos que podem ser usados para esse fim: Payback e Taxa Interna de Retorno. Mas há um terceiro: o Valor Presente Líquido (VPL).
O VPL, assim como o fluxo de caixa líquido, é analisado por meio da diferença entre as entradas e saídas de caixas. Quando o VPL é maior que zero significa que o investimento é positivo, ou seja, que vai trazer retorno econômico. Na prática, denota que as entradas, quando trazidas para a realidade presente, são maiores que as saídas de caixas.
Se o VPL for igual a zero significa que o investimento está equilibrado, ou seja, as entradas de caixas são iguais as saídas de caixas.
Agora, se o VPL for menor que zero significa que as entradas estão menores que as saídas de caixa e o projeto trará prejuízos. Este método permite comparar diferentes projetos e escolher o maior valor de VPL como melhor investimento.
Agora que você já conhece melhor essas três formas de analisar o retorno de um investimento, as chances de fazer o melhor negócio possível ficaram mais próximas. Caso sua empresa precise de apoio experiente e focado em resultados nas áreas de gestão e finanças, entre em contato conosco.