O gestor deve estar familiarizado com a matemática financeira para administrar sabiamente seu negócio. Sem os conhecimentos necessários sobre o assunto, será quase impossível gerenciar o fluxo de caixa, controlar a folha de pagamento e o fluxo de mercadorias.
A matemática financeira trabalha com números e valores. E é justamente com números e valores que a empresa trabalha e dos quais depende para existir e crescer. Controlar as finanças é um dos maiores desafios de um empreendedor. A seguir, veja a importância de se utilizar a matemática financeira nas empresas.
Matemática financeira nas empresas
A matemática financeira é uma parte da matemática que se dedica à análise de dados financeiros em geral. Para isso, usa um conjunto de conceitos, como: capital, patrimônio, juros, inflação, empréstimo, investimento, lucro, valor presente, valor futuro, fluxo de caixa, taxa de retorno e outros. Seu objetivo é estudar o comportamento do dinheiro.
Por isso, os cursos de Administração de Empresas e Contabilidade possuem em sua grade curricular, a disciplina Matemática Financeira. Mas também existem cursos independentes, que todo bom gestor deve fazer para se aperfeiçoar e atualizar seus conhecimentos. Como se sabe, atualmente os softwares e outros recursos digitais são muito usados no mundo dos negócios, e a matemática financeira está integrada a eles.
Os processos financeiros dentro de uma empresa
Usada com precisão, a matemática financeira ajuda a reduzir os custos e potencializar os lucros, que é o desejo de todo gestor. Ela oferece os instrumentos necessários para que se realizem avaliações sobre os recursos mais viáveis (menores custos) e os investimentos que podem ser mais vantajosos, seja a médio, curto ou longo prazo.
Qualquer projeto empresarial deve ser respaldado em uma análise financeira. Ou seja, a partir de cálculos e considerações baseadas na matemática financeira, inclusive o potencial de retorno que o projeto poderá oferecer.
É uma ferramenta essencial para resolver questões pequenas e grandes dentro da empresa, quantificando as transações financeiras e considerando o valor monetário ao longo do tempo.
Cálculo de prestações de um financiamento, organização e controle da folha de pagamentos, corte de despesas, avaliação da margem de lucro, precificação de produtos e serviços, balanços. Todos esses processos dependem, em menor ou maior grau, da matemática financeira.
Os juros simples
Os juros simples são um dos elementos mais usados da matemática financeira, muito importantes para qualquer empresa. É uma forma de correção monetária em que a taxa é calculada conforme o capital principal, mantendo o mesmo valor para o rendimento mensal.
Apesar de não serem mais utilizados pelo sistema financeiro, é fundamental para o gestor conhecer bem os juros simples. Juros simples ainda são cobrados em financiamentos, pagamento de impostos, aplicações bancárias e outras situações econômicas.
A fórmula para o cálculo de juros simples é:
J = C* i * t, onde:
- J = juros simples;
- C = capital;
- i = taxa de juros;
- t = período da aplicação.
Os juros compostos
Nesse regime, adotado pelo sistema financeiro atual, o juro é integrado ao capital, formando um novo capital que receberá novos juros mensais. Instituições financeiras usam esse regime de juros, tanto na capitalização das aplicações financeiras, como na composição de financiamentos.
Para qualquer empresa, receber juros compostos é bom, mas pagá-los costuma onerar o caixa. Daí, a importância da matemática financeira para calcular precisamente esses juros incorporados ao capital, sobre o qual incidirão novos juros. Um investimento cujos rendimentos são calculados em juros compostos rende muito mais e, portanto, é mais interessante.
A fórmula para se calcular os juros compostos é:
M = C*(1 + i)^t, onde:
- M = montante produzido pela aplicação;
- C = capital empregado;
- i = taxa de juros;
- t = período de aplicação.
A amortização
O sistema de amortização escolhido pode fazer muita diferença quando o gestor vai pagar os empréstimos que faz. A amortização é o processo de extinção do débito por meio de pagamentos periódicos planejados.
Veja alguns sistemas de amortização:
- Pagamento único: um pagamento único no final do período;
- Pagamentos variáveis: pagamentos diferenciados;
- Americano: pagamento no final com juros calculados sobre cada mês;
- Sistema de Amortização Constante (SAC): o débito é amortizado de forma constante em cada período;
- Price ou Francês: parcelas iguais;
- Sistema de Amortização Mista (SAM): meio termo entre o SAC e o Price;
- Alemão: os juros são pagos de forma antecipada e com prestações iguais (a primeira parcela equivale aos juros cobrados na operação inicial).
Risco x retorno
Já se falou mais acima sobre a necessidade de se avaliar o retorno de um projeto ou investimento. Nesse sentido, mais uma vez, a matemática financeira revela-se fundamental. Ela permite, não somente calcular a taxa de retorno, como as possibilidades de risco de tal aplicação, evitando que o gestor tenha grandes prejuízos.
Hoje em dia, usam-se muitos programas para ajudar nesse cálculo, mas todos estão baseados na matemática financeira. É preciso calcular taxas, e tudo que envolve valores precisos e porcentagem, envolve conhecimentos de matemática financeira.
Caso um investimento apresente uma taxa de retorno de 0,2, basta multiplicar por 100 para ter o percentual de 20%. Uma taxa de retorno de 20% é satisfatória para sua empresa? Ainda que envolva riscos, ela compensa? O analista precisa passar números exatos para que o gestor possa decidir com acerto.
Os Recursos Humanos
O setor de Recursos Humanos (RH) de uma empresa muito se beneficia com a utilização da matemática financeira. Seja para medir a elevação da folha de pagamento dos funcionários, para avaliar a evolução/variação do salário ao longo do tempo, para o cálculo dos encargos sociais e dos custos de benefícios e outras coisas.
Na hora de calcular horas extras, adicionais noturnos, indenizações em geral, 13º salário, bônus e gratificações, a matemática financeira é o recurso mais valioso de um administrador.
A melhor tomada de decisões para o gestor
A matemática financeira é uma ferramenta fundamental para que o gestor tome as melhores decisões para a empresa. Considerando riscos e potencial de retorno, incidência de juros, custos operacionais, folha de pagamento e muitos outros pontos relevantes.
O setor de contabilidade também se vale da matemática financeira na hora de escolher o melhor regime tributário para a empresa e, durante toda sua gestão tributária, precisará dela para calcular corretamente os impostos, os descontos e as compensações.
As decisões devem ser tomadas olhando-se o futuro, baseando-se nas projeções de fluxo de caixa. Quanto mais precisas as projeções, melhores serão as decisões. Somente a aplicação dos elementos da matemática financeira permite que se façam projeções seguras, baseada em números precisos e não em intuições duvidosas.
Por gentiliza quem é o autor deste artigo?
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