O termo startup não é novo, mas continua gerando curiosidade e despertando interesse. Vamos tratar neste artigo sobre empresas startups e governança corporativa e a relação entre elas.
Nome dado ao conjunto de processos, culturas, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, a governança corporativa pode ser um grande diferencial na decolagem de uma startup. Mas vamos partir do princípio e, mais abaixo, falar literalmente sobre esse conceito.
Para uma empresa ser considerada startup ela precisa se enquadrar nas seguintes definições:
- Ser inovadora, ou seja, apresentar ao mercado uma ideia nova, criativa, capaz de transformar uma cultura, um costume ou um local;
- Ter um modelo de negócio que pode ser expandido, ou um modelo escalável, como é chamado;
- Ter uma base tecnológica;
- Apresentar baixo custo para iniciar as atividades;
- Ser apresentada ao mercado com um conceito possível de se transformar em negócio.
A modalidade na qual as startups estão incluídas é baseada na ideia de trazer uma novidade ao mercado, mudar algo, trazer um benefício, mas, como toda empresa, precisa gerar lucro. Cabe a elas encontrar o plano de negócios que mais se encaixa nessa busca por transformar conceito em dinheiro.
Tirar uma ideia do plano de sonhos é o primeiro desafio do criador e fundador de uma startup. O segundo é facilitar a tomada interna de decisões sem se esquecer de que a startup deve se tornar competitiva no mercado, crescer em aceleração, ou seja, atrair investidores, incubadoras e, obviamente, o público-alvo. Eis que surge a governança corporativa, que citamos rapidamente nas primeiras linhas deste artigo, como uma alternativa importante.
Governança
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define governança corporativa como o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Na prática significa arquitetar as estruturas e cargos (fundadores, conselho consultivo, acionistas) para fazer a empresa crescer de forma unificada e concisa.
Mas qual o objetivo dessas estruturas organizacionais e como elas devem ser aplicadas em uma startup? Entenda melhor em alguns tópicos:
- Acionistas
A Assembleia de Acionistas deve ser formada pelos fundadores e pelos investidores da startup, que são os que têm uma cota de capital aplicado na ideia, são os donos da organização e têm, por isso, pleno poder de voto.
Todas as discussões relacionadas a fusões, novos investimentos, venda ou aquisições da empresa devem passar, obrigatoriamente pela assembleia de acionistas. Ela é também responsável pela nomeação de membros do conselho administrativo e pela aprovação dos balanços financeiros calculados anualmente ou no período estabelecido por todos.
- Conselho Consultivo
O Conselho Consultivo, como o nome diz, guia os fundadores e orienta de forma técnica sobre as melhores decisões a serem tomadas. Deve fazer parte desse conselho pessoas ligadas à gestão estratégica e mentoria de áreas-chave da startup.
O Conselho Consultivo é responsável pelo aconselhamento de disposições importantes como gastos, metas a serem cumpridas, contratações e demissões, remunerações, entre outros temas.
- Diretorias
O ideal é que haja, ao menos, duas frentes diferentes de direção: financeira e de negócios, independentes uma da outra. Uma das diretorias deve ser responsável pelo desenvolvimento dos negócios e a outra pela ação e as estratégias relacionadas às finanças. Ambas com decisões definidas em conjunto com o Conselho Consultivo. Nada impede que haja outras diretorias.
Startup e governança corporativa
Engana-se quem pensa que governança corporativa seja um assunto restrito às grandes empresas e multinacionais. O conceito, pelo contrário, é determinante para as que estão em fase embrionária, como é o caso das startups.
A aplicação do conceito de governança corporativa vai gerar como resultado o aproveitamento total do capital intelectual da nova empresa e a consequente expansão de maneira muito mais competitiva e uma maior valuation em médio prazo.
Para facilitar o entendimento e, mais do que isso, a prática desse termo, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa edita um “código”, adotado em centenas de empresas em todo o país e disponível ao alcance de todos.
Nele, o IBGC afirma que as boas práticas de governança corporativa transformam princípios básicos em recomendações claras e objetivas alinhando interesses com a finalidade de conservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.
De acordo com o Instituto, os princípios básicos de governança corporativa permeiam, em maior ou menor grau, todas as práticas previstas no código e sua adequada adoção resulta em um clima de confiança tanto internamente quanto nas relações com terceiros.
Essa melhora no clima ocorre com a adoção de ações simples, como transparência, equidade e responsabilidade corporativa.
Transparência
Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização.
Equidade
Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.
Prestação de Contas
Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
Responsabilidade Corporativa
Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) em curto, médio e longo prazos.
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