O negócio vai muito bem, obrigado. Mas por uma série de fatores pessoais ou mesmo financeiros ele não é mais viável para o proprietário ou para os sócios. Chegou a hora, então, de oferecê-lo ao mercado de mergers and acquisitions.
A questão é: como preparar a empresa para o processo de venda e, principalmente, como torná-la atrativa nesse momento? Vamos tentar elucidar as principais dúvidas com este artigo, acompanhe.
Como se faz o processo de fusão e aquisição?
O processo de fusão e aquisição deve começar com o Plano de Execução, ou seja, definir os objetivos principais, identificar os fatores críticos de sucesso, aprofundar o conhecimento na empresa, definir quais são as pessoas envolvidas e os prazos a serem cumpridos. Feito isso, começa a avaliação da empresa para descobrir seu valor real e isso não significa apenas o seu valor para venda, o seu preço. Tudo tem que ser colocado na ponta do lápis.
O processo de avaliação do valor de uma empresa, ou valuation, é mais complexo, envolve diversas variáveis e depende da análise de cenários distintos para um resultado final. Deve ser levada em consideração a posição financeira da empresa, saber quais os benefícios prováveis da transação e os riscos que ela envolve.
É preciso também levar em conta as projeções financeiras, o volume de vendas, a receita, o custo e o balanço. Esse processo é tão detalhado quanto importante, e é por isso que existem empresas especializadas em Valuation, como o Grupo BLB Brasil.
Após esse segundo processo, é hora de a liderança corporativa determinar os benefícios e as desvantagens da aquisição (acquisition) ou fusão (merger) proposta antes de tomar uma decisão. Se ela for positiva, está na hora de falar de preço e da estrutura da transação, ou seja, a proposta, em si.
Uma vez que a proposta foi aceita, os sócios ou líderes compradores devem assegurar uma revisão completa e abrangente de Due Diligence da entidade alvo, a fim de compreender completamente as questões, oportunidades e riscos associados à transação.
A Due Diligence envolve uma revisão da posição financeira apresentada, além de uma profunda análise jurídica e operacional da empresa a ser comprada. Em resumo, é hora de comprovar o que foi dito e apresentado.
Se tudo estiver de acordo com o que as partes desejam, após esse trâmite é possível ir para os ajustes finais e a negociação de termos, se for o ocaso. Por fim o contrato de venda é feito e, após assinado, conclui-se a transação financeira. Com todos esses passos prontos é só anunciar o negócio ao mercado.
Na ponta do lápis
Os cálculos precisam ser exatos para que o negócio seja, de fato, transparente e confiável. Um dos métodos mais utilizados no mercado para calcular esse valor é o de Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que, em vez de considerar os ativos e passivos da empresa e avaliar seu patrimônio, parte do princípio de que para que o negócio valha a pena o que realmente importa é sua capacidade de gerar resultados no futuro.
O FCD, porém, também não é o único modo que pode ser utilizado. As empresas podem empregar ainda a precificação via múltiplos, liquidação ou ainda fazer considerações sobre as competências de uniões operacionais e financeiras em processos de fusão e aquisição do negócio.
Saiba os três passos para estabelecer o Fluxo de Caixa Descontado de forma correta:
- Contabilizar o fluxo de caixa livre da empresa para os anos sequentes;
- Precisar o custo médio ponderado de capital da empresa;
- Calcular o Valor Presente Líquido (VPL) do fluxo de caixa livre utilizando o custo de capital como taxa de desconto.
Dessa forma, com a contabilização exata do fluxo de caixa livre nos próximos anos e o custo médio ponderado da empresa, é possível definir, com uma precisão quase exata, o atual valor da empresa, sendo preciso fazer mais algumas contas.
Para chegar ao fluxo de caixa livre é preciso estimar o NOPLAT, ou lucro operacional futuro, e subtrair todos os investimentos a serem realizados, seja em capital ou em necessidade de capital de giro. Já o custo de capital é a combinação avaliada entre custo do capital de terceiros e do capital próprio, valores estes que são mais tangíveis.
O valor da empresa, em resumo, normalmente estará dentro de um nível de confiança das informações que será utilizado como base na negociação de compra e venda.
Mas o que é M&A?
Mergers and Acquisitions, que em português pode ser traduzido como Fusões e Aquisições, ou F&A, resume a consolidação de empresas, que pode permitir que elas cresçam ou mesmo que mudem a posição competitiva no mercado e até natureza de seus negócios.
As fusões e aquisições de marcas e empresas têm muito a ver com a estratégia de mercado delas naquele momento. Pode ainda significar a necessidade de um ganho na eficiência ou mesmo na obtenção de recursos. Ou ainda a oportunidade de comprar por um valor melhor uma marca.
Há um ponto comum válido tanto para quem quer vender quanto para quem quer comprar um negócio, e ele é a Gestão Orçamentária. Isso porque, para o primeiro vai dar a transparência necessária ao negócio, e para o segundo vai ajudar a valorizar a empresa: quanto mais completa a Gestão Orçamentária, melhor avaliado o negócio é no mercado.
E fusão, propriamente dita, o que é?
Uma fusão é a combinação de duas ou mais empresas que unem forças para se tornarem um novo negócio, geralmente com um novo nome. Levando em conta o ponto de vista jurídico, a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76), no artigo 228 diz que “Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”.
Os tipos mais comuns de fusões são horizontal, vertical, conglomerado, fusão de extensão de mercado e fusão de extensão de produto. O termo escolhido depende da função econômica, finalidade da transação comercial e relacionamento entre as empresas da fusão.
Dada a complexidade descrita neste artigo, é responsabilidade das empresas envolvidas procurar profissionais capazes de lidar com todos os assuntos técnicos com excelência, a fim de que se realize o melhor negócio possível. Conte conosco em seu processo de M&A!