Você já deve ter ouvido falar em Valuation ou avaliação de empresas. Quando falamos em valuation, precisamos definir ao menos um método para encontrar esse valor. Hoje iremos apresentar de maneira simples a forma mais utilizada no mercado financeiro para avaliação de empresas e negócios: o fluxo de caixa descontado. Acompanhe!
O que é o fluxo de caixa descontado?
O método do fluxo de caixa descontado – FCD – (ou Discounted Cash Flow, DCF na sigla em inglês) é o mais utilizado em Valuation, principalmente quando falamos em fusões e aquisições. Isso pois é aquele que melhor captura o potencial futuro de um negócio.
Em finanças, o valor de um negócio está nos fluxos de caixa futuros que podem ser gerados. Sabendo que esses fluxos estão no futuro, a metodologia do DCF pondera os fluxos pelo risco para a obtenção de um valor final. Em outras palavras, o valor de uma empresa é o somatório dos seus fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente, descontados pelo seu risco.
O fato de o valor de uma empresa ou negócio se encontrar no futuro já torna o trabalho de avaliação bastante complexo. Fazer projeções futuras requer premissas realistas e bem fundamentadas. O coração de um bom Valuation sob o método do fluxo de caixa descontado é a qualidade de suas premissas.
Para fazer essa projeção de fluxo de caixa, o avaliador deve se atentar a diversas variáveis, tais como:
- Receitas por linhas de produtos ou serviços;
- Gargalos de produção ou prestação de serviços;
- Margens de lucro;
- Estimativas de custos e despesas e suas adequações com o crescimento;
- Estimativas de investimentos em capital fixo (Capex);
- Crescimento do mercado.
É necessário projetar o fluxo de caixa futuro, mas por quanto tempo? Precisa-se definir um horizonte de projeção. Ou seja, a quantidade de períodos que serão projetados. Em grandes projetos de infraestrutura, o prazo é mais longo, enquanto em empresas que já estão em sua maturidade o prazo é mais curto. No entanto, em todos os casos será projetada uma perpetuidade.
A perpetuidade projetada é necessária, pois o objetivo das empresas é perdurar indefinidamente. No entanto, projetar fluxos de caixa cada vez mais distantes se torna uma tarefa praticamente impossível. Então existem dois períodos de projeção: o primeiro, chamado de período explícito (pois estamos explicitamente projetando período a período) e o segundo chamado simplesmente de perpetuidade ou período perpétuo.
Qual é o cálculo do risco?
Com os fluxos de caixa em mãos, o trabalho seguinte do avaliador é encontrar uma taxa de risco para o negócio. Cada empresas possui um risco específico que é calculado a partir de diversos fatores. Os mais relevantes são:
- País de atuação;
- Inflação;
- Taxa de juros básica;
- Segmento de atuação;
- Tamanho do negócio.
A taxa de risco que utilizamos no FCD é o WACC (em inglês, Weighted Average Capital Cost, em português Custo Médio Ponderado de Capital). O WACC considera os diversos componentes de financiamento utilizados por uma empresa para financiar suas necessidades, incluindo dívida e capital próprio.
O custo da dívida é tido como a taxa de juros média de todo capital oneroso dentro da empresa (seja dívida com bancos ou fornecedores, por exemplo). O custo de capital próprio, por sua vez, pode ser calculado utilizando-se o modelo CAPM (sigla em inglês para Modelo de Precificação de Ativos de Capital).
Em outras palavras, o WACC reflete o custo de oportunidade de todos os provedores de capital ponderados por sua representatividade no capital total da companhia.
Drivers de fluxo de caixa e valor
Poderíamos parar por aqui e dizer que uma vez projetados os fluxos de caixas e trazidos a valor presete pelo WACC, o Valuation estaria pronto. Porém, não estaríamos satisfeitos, pois não há base de comparação para esse fluxo de caixa em particular. Como ele se compara com os dados históricos? Com o de outras empresas? Quais fatores podem aumentar ou diminuir o valor da firma? Precisamos dar um passo atrás para refletir quais são os principais drivers econômicos do negócio.
Dado que o valor é baseado em fluxo de caixa livre, os drivers de valor também são drivers de fluxo de caixa livre.
Os dois principais drivers de fluxo de caixa livre e, em última análise, valor são:
- A taxa na qual a companhia cresce sua receita;
- Lucros; e
- Retorno do capital investido.
Esses indicadores são consistentes com o senso comum. Uma empresa que gera mais lucro para cada real investido tem mais valor que uma empresa similar que gera menos lucro para real investido. De maneira similar, uma empresa com crescimento mais acelerado que outra similar terá maior valor caso suas taxas de retorno de capital sejam as mesmas.
Quem pode fazer o Valuation na sua empresa?
Como você pôde entender, o processo de Valuation requer múltiplas habilidades para sua implantação. Conhecer o melhor método a ser utilizado, levando em consideração o perfil, as necessidades e o momento atual são imprescindíveis para que o valor da sua empresa seja calculado de forma certeira e o mais próximo da realidade.
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Raphael Bloch Belizario
Consultor em Fusões e Aquisições da Divisão Societária e de M&A na BLB Brasil
obrigado pela elucidaçao
como sintese de valuation o artigo é de muita valia. Gostei
Gostei, demais é muito importante para o nosso conhecimento.
parabéns, muito interessante o assunto , é grande importância o valuation