O nome Jim Collins deve ser familiar para você que está no mundo dos negócios e acompanha de perto essa área. Esse autor e professor americano, mestre e doutor em Administração, é um dos consultores de negócios mais respeitados do mundo.
Se você tem curiosidade em conhecer melhor Collins, e, o mais importante, inspirar-se nas lições dele para gerenciar bem sua própria empresa — ou para aprimorar seu estilo de liderança — este texto pode ser do seu interesse.
Continue a leitura e entenda como funciona uma das mentes contemporâneas mais brilhantes na área de gestão empresarial.
Quem é Jim Collins
O americano James C. Collins III, nascido em 1958 e mais conhecido pelo apelido “Jim”, é simplesmente o nome mais cobiçado no mundo dos negócios hoje em dia.
Em 2017, Jim Collins, que atualmente é autor de best-sellers e consultor na área de gestão de empresas, foi eleito pela Revista Forbes como uma das 100 maiores mentes vivas da área de negócios.
Antes de todo esse sucesso, ele atuou como professor de Administração da renomada Universidade Stanford, nos Estados Unidos, onde começou a pesquisar o mundo empresarial e acumulou 25 anos de conhecimento sobre o tema.
Foi na própria Universidade Stanford que Collins cursou sua graduação em Ciências Matemáticas e fez seu MBA (Master in Business Administration). Ele tem, ainda, dois doutorados honorários: um pela Universidade do Colorado e outro pela Universidade Claremont.
Livros e consultoria
A trajetória de Collins permitiu que ele escrevesse 6 livros que o transformaram em uma grande referência para administradores e empreendedores:
- Good to Great;
- Built to Last;
- Great by Choice;
- Good to Great and the Social Sectors;
- How the Migthy Fall; e
- Beyond Entrepreneurship.
Sua obra mais famosa, Good to Great (que ganhou o título Empresas Feitas para Vencer em português), figura na lista dos livros de negócios mais vendidos no Brasil e no mundo.
A consultoria que Collins presta para as principais empresas do mundo, inclusive empresas daqui do Brasil, herdou o nome desse livro e ajuda os empresários a colocarem em prática os conceitos abordados na obra.
Outro título famoso do autor é How the Mighty Fall (em português: Como as Gigantes Caem), um estudo no qual Collins analisou os motivos que levaram grandes companhias a falirem durante a crise econômica que assolou os EUA e a Europa a partir dos anos 2008.
Detalhe: algumas empresas que fracassaram tinham sido apontadas pelo próprio Collins como as mais estáveis do mundo. Muito do sucesso do livro se deve ao fato de o autor ter tido a humildade de rever seus conceitos e aprender com seu próprio erro. Foi essa análise e revisão sobre as empresas que originou o conteúdo do livro.
Aliás, a humildade é uma das lições que Collins faz questão de ensinar em sua consultoria a grandes empresas. Quer saber quais são os outros ensinamentos desse guru? Confira abaixo.
As 5 lições de gestão de Collins
Disciplina e humildade são palavras-chave na filosofia desse profissional. Outro ponto que chama a atenção nos seus ensinamentos é a preocupação de valorizar cada integrante de uma equipe de trabalho, pois, de acordo com ele, “o que faz a diferença na vida são as pessoas”.
Acompanhe, em detalhes, as cinco principais lições de Jim Collins.
1. Mesclar disciplina e inovação
Na visão do consultor, ser fanático por disciplina é essencial para conseguir alcançar metas dentro de uma empresa.
De nada adianta um ótimo planejamento ou estabelecer objetivos coerentes se as pessoas não levarem a sério e não trabalharem com verdadeiro afinco para realizar o que foi pensado.
Além disso, ele prega que a inovação só funciona quando há equilíbrio entre a criatividade e a disciplina.
Ou seja: a inovação precisa acontecer, mas não valem mudanças radicais. Na hora de pensar (e concretizar) as novidades, o ideal é preservar práticas e princípios que já funcionam, sempre tendo em conta os valores que levaram a empresa a alcançar seu sucesso.
2. Investir nas pessoas acima de qualquer coisa
Um dos mandamentos de Collins quando se trata da gestão de empresas é “first who, then what” (“primeiro quem, depois o quê”, em tradução literal).
Ele acredita e dissemina a ideia de que as corporações devem primeiro escolher as pessoas — de forma bem criteriosa — e depois atribuir as responsabilidades de cada um. Além disso, é necessária uma análise contínua para verificar quem já não se entrosa mais com as tarefas exigidas no trabalho.
Collins usa a metáfora de um ônibus: cada pessoa que entra nesse transporte representa os funcionários da empresa, sejam novos, sejam antigos. Quando todo o grupo está dentro do veículo, é preciso ver quais lugares (cargos e atividades) cada um deve ocupar.
Se alguém não está bem no lugar designado, é dada a chance de mudar de assento quantas vezes forem necessárias. A pessoa só deve descer do ônibus se ela não puder se ajustar ali de alguma maneira.
Em certos momentos, alguns assentos ficarão vazios até que a pessoa certa seja encontrada, mas, o ideal é conseguir manter o maior número possível de pessoas dentro do ônibus (desde que estejam sentadas nos lugares adequados a cada uma).
3. Criar uma cultura forte para a empresa
As práticas e princípios considerados como ideais devem estar não só na mente e no trabalho do líder, mas em todos os colaboradores.
A empresa não pode funcionar apenas quando o chefe está presente: o bom rendimento deve acontecer constantemente, pois cada funcionário deve desejar o sucesso da empreitada tanto quanto quem está à frente de tudo.
Collins afirma que só uma empresa que consegue se manter — e perdurar —, mesmo com a ausência do empreendedor, é que pode ser considerada, realmente, como uma grande companhia.
4. Buscar conselheiros para vencer desafios
Em uma de suas apresentações no Brasil, no HSM Expo Management, Jim Collins defendeu que, para trabalhar satisfeito, é preciso rodear-se de pessoas que te inspirem e com quem você goste de passar o tempo.
Se a empresa enfrenta desafios (que ele denomina como “fatos brutais”), é mais necessário ainda poder contar com pessoas de confiança e que tenham a expertise suficiente para resolver os impasses que surgirem. É por isso que Collins recomenda que as empresas tenham sempre as pessoas certas.
Um dos materiais de análise que ele propõe em seu livro Good to Great engloba avaliar se aqueles que ocupam as posições de liderança realmente são fortes e preparadas o suficiente para gerenciar o trabalho, seja em situações de tempestade, seja em situações de bonança.
5. Não se contentar com o sucesso alcançado
Como mencionado, Collins preza pela humildade. Ele acredita que, mesmo que a empresa demonstre um forte desempenho e alcance os resultados, isso não deve inflar o ego da equipe, e muito menos do líder.
Segundo ele, enxergar a empresa apenas como boa é o que te levará a buscar por objetivos mais ousados, ou seja, o que te fará perseguir o patamar de ótimo.
Além disso, estar sempre “descontente” mantém a empresa em um estado de alerta saudável: se algo começa a falhar, há mais chances de se detectar e resolver a questão com rapidez.
Voltando à humildade, Collins defende que um líder humilde é essencial para o êxito de um negócio, afinal, pessoas com essa caraterística compartilham sabedoria e mérito, pois pensam primeiro no bem da empresa, e não em ficar com todos os créditos das conquistas.
Jim Collins e empresas brasileiras
O consultor alcançou tanto destaque com suas publicações que grandes empresas, de todo o mundo, passaram a adotar suas filosofias e metodologias.
É claro que o Brasil, que concentra empresas com enorme potencial e capital, não ficou de fora. Dois importantes empresários brasileiros já contaram com a ajuda de Collins. Veja abaixo.
Jorge Paulo Lemann, da Ambev
Quando pensamos a nível nacional, um nome que provavelmente nos vem à mente como referência em administração de empresas é Jorge Paulo Lemann, o milionário sócio do império cervejeiro Ab Inbev.
Ele também é investidor da 3G Capital Partners, dona de marcas como Heinz e Burger King. Sua empresa mais conhecida no Brasil é a Ambev, que também está relacionada com cervejas (englobando marcas nacionais como Brahma, Skol e Antarctica).
Com todos esses negócios em suas mãos, Lemann tornou-se o homem mais rico do Brasil. E, para manter sua fortuna e a saúde de suas empresas, o empresário brasileiro é um dos que usa, regularmente, a consultoria de Jim Collins.
Abílio Diniz, do Pão de Açúcar
Outro grande nome dos negócios nacionais que recorreu ao trabalho de Collins foi Abílio Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar e fã assumido do consultor americano.
E, seguindo os conselhos do próprio Collins, quando Diniz encontrou-se com o consultor, ele fez questão de que os colaboradores que ocupam cargos de liderança de suas empresas também participassem da reunião, conforme relata em seu próprio blog.
Os livros que viraram best-sellers e o fato de empresas renomadas buscarem a consultoria de Collins são provas suficientes de que vale a pena colocar em prática as lições desse guru dos negócios.
Sabe de mais gente que precisa conhecer os ensinamentos de Jim Collins? Então compartilhe o post com seus amigos e parceiros de negócios em suas redes sociais!