Você sabe o que é passivo ambiental? Nos últimos anos temos percebido uma preocupação crescente em assegurar que uma empresa se desenvolva de maneira sustentável, o que torna o domínio de conceitos como esse imprescindível para profissionais mais antenados, especialmente aqueles envolvidos com a contabilidade.
Se por um lado o negócio precisa se tornar sólido e competitivo, por outro lado é importante assegurar que o crescimento aconteça em harmonia com políticas de preservação ambiental.
É nesse contexto, de investimentos cada vez maiores no meio ambiente, que as empresas começam a preocupar-se em acompanhar e provar que todos os gastos destinados alcançam o fim almejado.
Pensando na relevância do tema, especialmente no mercado atual, preparamos um post para que você entenda de uma vez por todas o que é passivo ambiental, bem como sua relação com as rotinas contábeis de uma empresa.
Ficou interessado no assunto e quer se informar melhor? Continue com a leitura!
O que é passivo ambiental?
De maneira bem objetiva, quando falamos em passivo ambiental nos referimos aos resíduos produzidos por meio da atuação empresarial, isto é, o lixo que uma empresa produz.
Dentro da contabilidade, o conceito é um pouco mais amplo e detalhado. Em resumo, ele seria toda obrigação, dever e capital aplicado a curto e longo prazo — inclusive o percentual no lucro — que decorre da influência da atividade empresarial no meio ambiente.
Assim, é comum que a atividade empresarial cause algum desequilíbrio ambiental, como a poluição sonora, do ar, de rios e a destruição de áreas verdes. Todo o capital utilizado exclusivamente para minimização ou extinção desses impactos é considerado um passivo ambiental. Ou seja, é uma obrigação contraída pela empresa perante terceiros que pode se materializar de diferentes maneiras, como:
- Recuperação de áreas degradadas;
- Indenizações por danos ao meio ambiente;
- Reflorestamento;
- Criação e execução de projetos para amenizar danos; e
- Pagamento de multas em razão de danos ambientais.
Via de regra, os passivos ambientais costumam ser associados a algo negativo para a empresa, posto que, na maioria das vezes, eles são compostos por multas e penalidades impostas a empreendimentos que agrediram significativamente o equilíbrio da natureza.
Por esse motivo, é comum encontrarmos administradores e empreendedores que apenas vislumbram os pontos negativos de um passivo ambiental. Porém, conforme veremos ao longo deste post, essa é uma questão interessante que pode ser trabalhada a favor do empreendimento.
Qual a diferença entre ativo e passivo ambiental?
Para que não reste qualquer dúvida sobre a abrangência desse conceito, é interessante que saibamos diferenciar ativo e passivo ambiental.
Dessa maneira, quando falamos em ativo ambiental, estamos tratando de máquinas, insumos e peças que a empresa já adquiriu com o objetivo de minimizar os impactos de sua ação na natureza. Portanto, estão inseridos nesse conceito:
- Investimentos em pesquisas;
- Implementação de tecnologias;
- Maquinário; e
- Instalações utilizadas para projetos de educação ambiental.
De outra maneira, o passivo ambiental é as obrigações assumidas por um negócio, que podem ser espontâneas ou não, que objetivam proteger, recuperar e preservar o meio ambiente.
Também se incluem nesse conceito aquelas obrigações empresariais que proporcionam benefícios, ainda que indiretos, ao meio ambiente, como a utilização e disposição de maneira mais sustentável de recursos, insumos e máquinas.
Assim, pode-se concluir que a principal diferença entre ativo e passivo ambiental é que: no primeiro caso temos tudo aquilo que um negócio faz para controlar os impactos ambientais e no segundo caso, temos uma ação voltada para recuperação dos danos causados durante sua operação.
No entanto, os dois dados devem fazer parte do balanço patrimonial de uma empresa e podem ser fatores decisivos no momento da negociação da organização, já que conhecer o nível de passivo ambiental é fundamental para evitar prejuízos a longo prazo.
Por que esse conceito é tão importante atualmente?
Desde que passamos pela Revolução Industrial, o mundo tem sofrido os impactos de um desenvolvimento desenfreado e despreocupado em preservar a natureza. Tamanha irresponsabilidade, certamente, teria consequências e, hoje, é possível perceber os sinais de esgotamento emitidos pelo meio ambiente.
É certo que não se pode voltar no tempo, mas empresas com uma preocupação social e ambiental maior devem trabalhar para minimizar ao máximo os impactos de sua atuação e, por essa razão, isso tem se tornado uma questão vital para grande parte dos empreendimentos.
Como você sabe, a atividade empresarial por si só afeta o equilíbrio ambiental. Por outro lado, não há como negar que alguns segmentos de negócios acabam prejudicando o ecossistema de maneira mais intensa, como as grandes fábricas, mineradoras e até mesmo construtoras.
Nesse sentido é que percebemos o quanto se preocupar com o passivo ambiental é imprescindível para a sobrevivência não só do negócio, como de todo o planeta.
É preciso ressaltar que o consumidor contemporâneo tem se mostrado mais preocupado com questões ambientais. Uma mudança comportamental desse público demonstra que empresas que investem em sustentabilidade tendem a ser mais valorizadas e desfrutam de uma boa imagem perante os seus clientes.
Por outro lado, uma corporação que continua a atuar de maneira irresponsável, sem qualquer investimento em questões ambientais, pode se envolver em situações ruins e ter sua imagem fortemente afetada, o que, necessariamente, demandará por altos investimentos em marketing para reverter a ideia de que não se preocupam com o planeta.
No Brasil, o recente desastre ambiental causado pelo rompimento de uma barragem da mineradora Samarco é um excelente exemplo de como tais descuidos podem prejudicar a natureza, gerar um alto passivo ambiental e, claro, prejudicar a credibilidade de uma empresa.
Assim sendo, resta claro que uma empresa séria e comprometida em se desenvolver de maneira sustentável deve ter toda a sua atuação pautada em reduzir os impactos que sua operação causa ao meio ambiente e, dessa maneira, melhorar sua rentabilidade.
Como uma empresa pode lidar com essa questão?
Agora que você já compreende o conceito e sua importância para o atual contexto em que vivemos, deve estar se perguntando: “afinal, como posso lidar com essa questão em meu negócio?”.
Conforme dito, quase sempre o passivo ambiental é visto de maneira punitiva e corretiva dentro de uma empresa. Mas isso não precisa ser assim. Na verdade, partindo da premissa de que prevenir é sempre a melhor alternativa, uma empresa deve buscar reduzir seu passivo ambiental por meio de estratégias inteligentes.
Adotar atitudes ambientalmente responsáveis, além de reduzir os impactos aos caixas da empresa, preserva o meio ambiente e ajuda a consolidar a imagem de uma empresa séria e responsável.
Quando se atua de maneira preventiva, os gastos com multas e indenizações ambientais são reduzidos e, paralelamente, há um ganho considerável de credibilidade e confiabilidade no mercado — empresas sustentáveis são mais ativas e possuem um bom relacionado com a comunidade em que estão inseridas.
Portanto, é interessante que administradores, empresários, contadores e demais funcionários comecem a trabalhar de maneira espontânea e positiva, evitando punições e desastres ambientais, por meio de medidas, como:
- Aquisição de maquinário moderno e menos poluente;
- Criação de projetos de preservação ambiental; e
- Implementação de controle de impactos ambientais.
Qual o papel da contabilidade no passivo ambiental?
Diante do exposto, podemos concluir que a preocupação com a redução de impactos ambientais deve estar presente em todos os setores e projetos de uma empresa. Desse modo, não há como não observar o importante papel da contabilidade na concretização dessas ações.
Sendo a contabilidade a grande ferramenta de controle e de demonstração patrimonial e financeira de uma empresa, é certo que suas ações são imprescindíveis para que os investimentos em passivo ambiental se justifiquem e não afetem a saúde do negócio.
Assim, os contadores são peças fundamentais para que o negócio alcance tais objetivos, já que são os responsáveis por registrar e controlar os gastos referentes às estratégias da empresa que dizem respeito ao meio ambiente.
Um bom profissional de contabilidade deve manter-se atento a essa tendência e incentivar sua empresa a implementar projetos e modelos de gestão voltados ao aspecto ambiental, demonstrando como e o quanto isso pode afetar em suas finanças.
Em outras palavras, a contabilidade será a responsável por traduzir em números, por meio de um registro patrimonial, todas as despesas do empreendimento, bem como os prejuízos, benefícios e resultados dessa exploração ambiental.
Pode-se afirmar, portanto, que a contabilidade torna-se essencial quando falamos em passivo ambiental, pois ela é o instrumento para que um negócio consiga atuar de maneira sustentável, cumprindo com o seu papel social e mantendo um bom relacionamento com a sociedade.
Em um mundo cada vez mais envolvido com essas questões, alcançar o sucesso empresarial depende de uma atuação ética, coerente e sustentável. Afinal, isso contribui para a consolidação do negócio no mercado com uma imagem positiva.
Chegamos ao final deste post e, conforme visto, o passivo ambiental é um conceito essencial para as empresas contemporâneas. Na busca por lucratividade, um negócio não pode se distanciar das questões ambientais, uma vez que os impactos dessa decisão podem ser irreversíveis. Desse modo, fica demonstrado o quanto a contabilidade pode contribuir para a consolidação dessa tendência e, consequentemente, para o crescimento de uma empresa.
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Excelente!!!!
Muito bom. Conteúdo de qualidade e muito rico em informações.
Parabéns.