Apesar de o tema sustentabilidade ser pouco frequente na alta administração de algumas empresas – e isso se deve, em parte, ao desconhecimento sobre os impactos das questões socioambientais no futuro das organizações e na aceitação dos stakeholders – as organizações econômicas estão saindo da trivialidade de obedecer às leis e regulamentos (compliance) e partindo para a internalização dessas normas e regras como práticas da empresa.
Tais práticas, como a Governança Corporativa (GC), Sustentabilidade e Responsabilidade Social (RS) têm sido o novo alicerce de diversos conselhos administrativos de grandes empresas que buscam, principalmente, assegurar a perspectiva dos negócios, o crescimento sustentável e a geração de valor da empresa em longo prazo.
Enquanto a definição de Governança Corporativa é clara no ambiente econômico, o conceito de Sustentabilidade é desgastado pelos inúmeros significados que permite.
Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a GC é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. Para a Sustentabilidade, serão adotados dois dos principais significados no mundo corporativo: sinônimo de preservação ambiental e seu aspecto de longo prazo que se encontra alinhado com as diretrizes da proposta de GC, que é o de garantir a longevidade, perenidade e sucesso contínuo da empresa.
Segundo Carlos Eduardo Lessa Brandão, “a sustentabilidade está ligada à preservação de diversas formas de capital, como o ambiental e o social. E as empresas, entendendo isso, tenderiam a ficar cada vez mais alinhadas com esse conceito”.
Na atual visão de Governança Corporativa, a Responsabilidade Social consiste em um de seus pilares fundamentais. A integração da RS nos valores da empresa é essencial para considerá-la uma entidade ética e bem governada.
Partindo do pressuposto que os grupos econômicos causam impactos e externalidades, positivos ou negativos, no ambiente no qual estão inseridos, as empresas podem afetar o valor percebido pela sociedade que interfere nas estratégias, na marca e na reputação da empresa. Governança Corporativa, Sustentabilidade e Responsabilidade Social são práticas e políticas estratégicas integradas e interdependentes que atuam em consonância para a geração e percepção de valor da empresa por todos stakeholders, minimizando ou evitando assim os impactos dessas externalidades na sociedade.
Essas práticas geram custos às empresas no curto prazo, pois é necessário desenvolver treinamentos e campanhas internas de conscientização, aprimorar seus controles, políticas e gestão, além de uma eventual adequação das linhas de produção que não causem danos, em demasia, ambientais ou sociais.
Assim, consolidando essa tríade, nota-se que a geração de valor da empresa não se reduz a um mero investimento pontual em alguns projetos, seja de preservação ambiental ou social, mas sim deve estar enraizada na missão e nos valores da entidade.
Yuri Areco
Divisão de Gestão e Finanças
BLB Brasil Auditores e Consultores
Excelente posicionamento.