Muito se fala em governança corporativa, auditoria feita com responsabilidade, planejamento tributário e suas importâncias para que empresas sejam mantidas em conformidade com o que demanda a regulamentação vigente e prospere de maneira lícita. A princípio, parece ser de senso comum que essas práticas só beneficiam e devem trazer bons resultados às empresas que as empregam, mas de tempos em tempos notícias aparecem com novos escândalos corporativos, o que mostra que nem todos percebem esses métodos como aliados. Um dos mais notórios casos de fraude nos Estados Unidos, e muito citado sempre que o assunto vem à tona, é o da Enron.
A Enron, então conhecida como uma gigante empresa americana no setor de energia, virou alvo de uma série de investigações de fraudes contábeis e fiscais envolvendo suas relações com política, bancos, empresas de auditoria e outros setores. Por meio de manobras propositais de inflação de lucros e contratos, a Enron conseguiu adquirir outros negócios, ter suas ações valorizadas e recolher menos impostos, gerando uma contabilidade confusa e mascarada.
O resultado das denúncias contra a Enron foi a demissão de milhares de empregados, o pedido de concordata em dezembro de 2001, além de diversos processos e sentenças, inclusive criminais, uma vez que ficou clara a participação da cúpula da empresa nas irregularidades investigadas. Em 2006, Jeff Skilling foi condenado por conspiração, fraude, declarações falsas e comércio ilegal. Kenneth (Ken) Lay também recebeu condenação por conspiração e fraude e veio a falecer no mês de julho do mesmo ano. Outro desfecho do caso foi a desativação da firma de auditoria Arthur Andersen, que prestou serviços para a Enron durante o período em que as irregularidades foram cometidas.
O documentário “Enron: os mais espertos da sala” conta a trajetória meteórica da empresa e explicita as relações corporativas e de cumplicidade que tornaram possíveis as fraudes cometidas. O registro desse caso só reforça e eterniza o exemplo de como as boas práticas potencializam negócios e evitam a quebra e a vergonha vinculada ao nome de organizações.
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